Campista luta pela guarda dos filhos no México
Jane Ribeiro 02/04/2018 20:58 - Atualizado em 02/04/2018 21:45
O drama da campista Marina de Menezes Santos voltou a ser tratado na imprensa nacional. Em agosto de 2016, ela usou as redes sociais para denunciar que o ex-marido havia levado os dois filhos, um menino de 8 anos e uma menina de 4, sem autorização dela, para o México. Depois de lutar para rever judicialmente as crianças e sem resposta da Justiça no México quanto ao pedido de guarda, Marina resolveu fugir com as crianças. Ela hoje vive escondida em algum lugar do México e diz que teme que os filhos voltem a ser maltratados, assim como ela quando era casada com o pai das crianças, o mexicano Abraham Salazar Télles. Marina relata nas redes sociais que tem um processo de modificação de guarda a seu favor há mais de um ano sem julgar, onde todas as provas de violência foram inseridas.
Marina diz que fugiu porque se recusa a entregar as crianças ao pai desobedecendo a uma ordem da Justiça local que considera injusta, discriminatória, e que, sobretudo, as colocaria em risco. “A Justiça daqui (México), está colocando a nacionalidade do pai acima do meu direito como mulher, mãe e brasileira, bem como do direito dessas crianças. A juíza Silvia García Lara, do 11º Tribunal Familiar da Cidade do México, fixou a casa dos avós paternos, na Cidade do México (a 2.300 quilômetros de distância), como novo domicílio das crianças. Elas eram agredidas com sapatos, cintos e objetos de madeira. Fugi para proteger meus filhos”, afirma.
Na Justiça, Marina diz que também não obteve amparo. De acordo com ela, a juíza concedeu o direito de conviver com os filhos a cada 15 dias e somente por duas horas. Sem recursos para se deslocar para a cidade do México e trabalhando em Tijuana para pagar o advogado que a representa, Marina passou dez meses sem ver os filhos. “Só tive a oportunidade de rever e passar alguns dias com as crianças numa espécie de férias, depois que publiquei um vídeo nas redes sociais relatando o meu drama. Fui coagida pela juíza a aceitar um acordo no qual concordava em ceder a guarda e a custódia dos filhos ao pai. Ao sair do Tribunal, meus filhos começaram a contar tudo o que viveram na casa dos avós nas mãos do pai e de seus familiares e imploraram para não voltar. Depois de apresentar sintomas, os levei em uma psicóloga que os diagnosticou com estresse pós-traumático, que eles não deveriam voltar a viver com o pai e que deveríamos seguir um tratamento psicológico”, contou.
Ainda segundo Marina, a juíza sabia do conteúdo de todas as provas de violência apresentadas e não tomou nenhuma ação para proteger as crianças. São os filhos dela que estão evocando a Convenção e os Direitos/Tratados Internacionais e pedindo seus direitos de expressar suas vontades. “Aqui, o que interessa são os direitos deles. 'Enquanto isso, não deixa de lutar pela gente, vamos continuar escondidos, vamos embora para o Brasil', é o que eles me pedem. Não posso sair do país para não piorar a situação, mas também não quero entregá-los na mão de quem os sequestrou e maltratou fisicamente e psicologicamente; e para onde eles não querem voltar”, finalizou a mãe.

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