Pró-reitoria de graduação da Uenf divulga nota sobre denúncias de assédio
Jhonattan Reis - Atualizado em 24/03/2018 11:14
Três dias após a Folha da Manhã publicar matéria sobre a denúncia de alunas da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que fazem parte do Coletivo de Mulheres Uenfianas, por meio de cartazes colados em vários pontos da universidade, de que alguns professores estão cometendo atos de assédio sexual e moral contra as universitárias, a pró-reitoria de graduação da instituição divulgou uma nota oficial a respeito do assunto.
A nota diz que a pró-reitoria repudia “veementemente quaisquer atos de abuso e coerção, ainda mais quando agravados pela manipulação das relações de poder instituídas no meio acadêmico. As práticas denunciadas ferem frontalmente a ética das relações educacionais e o processo de construção do conhecimento científico e a responsabilidade das instituições de ensino na devida formação de recursos humanos e diminuição das injustiças e desigualdades”.
Ainda de acordo com a nota, assinada pela pró-reitora de Graduação, Marina Suzuki, “a Uenf sempre perseguirá as melhores condições para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão para todos os segmentos da instituição, especialmente aos discentes. Nesse contexto, a Prograd (pró-reitoria de graduação) vem se colocar à disposição para o acolhimento de denúncias dos estudantes de graduação e posterior encaminhamento às instâncias responsáveis pela instauração dos processos administrativos”.
Caso — As denúncias, de acordo com o Coletivo, são antigas e tanto a pró-reitoria quanto a reitoria da Uenf já tomaram conhecimento dos fatos. Porém, nenhuma denúncia oficial foi feita até o momento. O assunto foi mostrado pelo blog Na Curva do Rio, hospedado no Folha1 e assinado pela jornalista Suzy Monteiro.
Segundos foi escrito nos cartazes, professores e orientadores estariam cometendo vários atos de assédio. Um dos escritos denuncia que um orientador para sua orientada: “Sempre quis uma amante jovem, bonita e inteligente. Fiz muitos planos para você”. Os cartazes foram colados de forma anônima porque essas mulheres estão com medo de represália.
Para a presidente do Conselho dos Direitos da Mulher, Vanessa Henriques, os casos já são conhecidos há algum tempo dentro da instituição e não são relatados. Já a vice-reitora da Uenf, Tereza de Jesus Peixoto Faria, informou que espera uma denúncia oficial para abrir sindicância.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS