Crítica de cinema - Mais uma vez, salvando o planeta
- Atualizado em 27/03/2018 18:19
Vivemos uma época de distopias, ou seja, de futuros sombrios. Cada vez mais, o futuro se fecha às utopias, construções sobre um mundo melhor que o atual. Parece que o tempo das utopias passou. As pessoas otimistas estão concentradas no aqui e no agora, lutando para não perder o pouco que se conseguiu em benefício da humanidade e do ambiente. Por várias vezes, já lemos livros e já assistimos a filmes tratando do fim da Terra. Superpopulação, exaustão de recursos, poluição, mudanças climáticas, pandemias, guerras, invasão do planeta por extraterrestres e fuga para outros planetas. Tudo já foi visto.
Stephen Hawkins apontou quase todos os riscos que a humanidade criou para si mesma e mais um risco de colisão de corpos celestes com a Terra. Só não previu a possibilidade de uma invasão de alienígenas, sempre interessados no nosso planeta para saqueá-lo, destruí-lo ou salvá-lo. Talvez por ser a mais remota das possibilidades. “Círculo de fogo: a revolta” é apenas mais um filme enfocando a invasão do mundo por ETs. É o segundo de uma série que promete prosperar.
Por fendas ou portais, engenhos mecânicos monstruosos, ao estilo de Michael Bay, invadem a Terra. Mas a humanidade, novamente comandada pelos Estados Unidos, vence a guerra. Agora, Steven S. DeKnight volta ao planeta dez anos após o fim da ciclópica guerra. Transferindo o centro de comando e de combate para China, Austrália e Japão, embora a equipe multinacional de heróis tenha ainda à frente cidadãos norte-americanos remanescentes do último conflito.
Lembremos aqui os filmes-catástrofe de Roland Emmerich. “Círculo de fogo-2” combina as motivações de Bay e de Emmerich. Brancos, negros, orientais, homens, mulheres, adultos, adolescentes, veteranos e novatos protagonizam o filme. Talvez seja este o único aspecto a se destacar: o cinema começa a refletir a nova realidade globalizada. Mas o filme em si é outro enlatado (expressão fora de moda) a poluir o mundo virtual. Esta poluição também existe. O roteiro é fraco. A direção é mecânica, podendo ficar a cargo de qualquer computador. Os efeitos especiais são por demais surrados, contando com a consultoria e coprodução de Guillermo del Toro, vencedor do último Oscar com o filme “A forma da água”.
Uma mistura de catástrofe e anedota, o filme não mereceria a permanência de Mateusinho até o fim na sala de projeção, como fez este crítico por dever de ofício. Ele beira as raias do ridículo, mas agrada quem gosta de ação e puro entretenimento. São essas pessoas que estimulam este tipo de produção. Apenas o clima de globalização é digno de registro. No mais, o filme é perfeitamente dispensável. E um terceiro se anuncia ao fim do segundo. De fato, a safra em Campos está péssima.

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