São Salvador e Turisguá paradas e toda a Baixada sem ônibus
Matheus Berriel, Jéssica Felipe e Jane Ribeiro 29/01/2018 11:11 - Atualizado em 30/01/2018 16:20
  • Empresas estão impedidas de circularem

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    Empresas estão impedidas de circularem

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    Empresas estão impedidas de circularem

Algumas áreas de Campos e localidades da Baixada Campista amanheceram em caos, sem transporte público. Nesta segunda-feira, completou uma semana de manifestações dos funcionários da São Salvador. Eles pedem os quatro meses de salários atrasados, o 13º de 2017, além de melhores condições de trabalho, aumento na fiscalização às vans e lotadas e aumento do valor da passagem. Motoristas e cobradores da empresa fizeram novo protesto no terminal rodoviário da avenida José Alves de Azevedo (Beira-Rio). Coletivos de outras empresas foram impedidos de circular. Para piorar a situação, também foi iniciada, no sábado (27), a paralisação da Turisguá, empresa que, assim como a São Salvador, integra o Consórcio União.
À tarde, representantes da Prefeitura se reuniu com funcionários da São Salvador, com representantes do consórcio e após encontro com setores de segurança, prometeu intensificar a fiscalização ao transporte clandestino.
Com a paralisação da Turisguá e da São Salvador, moradores da Baixada Campista agora dependem exclusivamente de vans. Funcionários da Rogil também pararam nesta segunda-feira, mas retornaram no final da tarde. Em Farol de São Thomé, veranistas e moradores reclamam das filas no ponto das vans, em frente ao portão da Marinha. Eles dizem que os carros saem somente com passageiros sentados, mas que logo depois pegam passageiros de pé, sem nenhuma fiscalização do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), ou da Guarda Civil Municipal (GCM).
Pela manhã, no terminal Luís Carlos Prestes, na avenida XV de Novembro, no Centro, coletivos foram obrigados a parar.
— Nossos ônibus estavam rodando. O pessoal da São Salvador começou a parar os ônibus (de outras empresas) por volta das 8h30. O meu ônibus estava com passageiros, os dos colegas também, mas todo mundo teve que descer. Se eu não parasse, eles iam esvaziar os pneus. Vou fazer o que, levar pé na cara? É difícil”, disse um motorista da São João.
Na baixada filas enormes para transporte alternativo
Na baixada filas enormes para transporte alternativo / Reprodução
Uma viatura da Polícia Militar acompanhou o protesto e caracterizou o ato foi pacífico, no entanto, pela manhã, um dos pneus de um ônibus da São João foi esvaziado. Desde então, os demais coletivos ficaram estacionados no terminal. Quando algum motorista tentava sair com passageiros, os manifestantes bloqueavam a avenida.
Também pela manhã, na Baixada, usuários enfrentaram uma fila quilométrica em Bugalho, para conseguir vaga em uma van. Na área central, por volta das 11h, os funcionários da São Salvador usaram caixotes para bloquear o cruzamento da Beira-Valão com a avenida 28 de Março. O bloqueio foi desfeito rapidamente por policiais militares.
Procurado pela reportagem da Folha 1, o comandante em exercício do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Robson Cardeal, afirmou que uma equipe de inteligência acompanhou a atuação do grupo, que se dividiu em vários pontos na tentativa de driblar a atuação policial. “A polícia não permite isso (parar outros ônibus), de maneira nenhuma. Já fomos em quatro pontos para poder permitir que as empresas continuem com o trabalho delas. É um direito do trabalhador exercer sua profissão”, explicou Robson, ontem.
Um grupo de rodoviários também se dirigiu para a sede da Prefeitura de Campos. Quatro funcionários da São Salvador e um representante do Sindicado dos Rodoviários foram recebidos pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Felipe Quintanilha. Após a reunião eles informaram que a prefeitura pode fazer pouco para ajudar.
— A reunião foi com o secretário, Felipe Quintanilha. Ele prometeu dar uma reforçada na fiscalização dos transportes irregulares e futuramente analisar um aumento das tarifas, pelo menos as dos itinerários mais longos. A princípio foi só isso. A questão do atraso salarial eles não podem fazer muita coisa — informou um funcionário que não quis se identificar.
Sobre Farol, o IMTT informou que tem agido com reforço através dos agentes do órgão. O comando da GCM explica que há agentes trabalhando em toda a orla da praia campista e em caso de flagrantes, há atuação para inibir a prática. A população também pode denunciar através do número de contato 98175 0785 / 153.
Sobre o boato, surgido em redes sociais de que havia empresas cobrando R$ 3,50 pela passagem, o presidente do IMTT Renato Siqueira, disse que “não procede a informação de autorização, por parte da Prefeitura, sobre aumento no valor da passagem do transporte coletivo”.
Membros do consórcio se reúnem com IMTT
O presidente do IMTT, Renato Siqueira, recebeu representantes da empresa Turisguá e do Consórcio União no final da tarde desta segunda-feira, para tratar uma solução para os problemas registrados no transporte público nos últimos dias. Renato Siqueira solicitou que o Consórcio busque um entendimento com a empresa São Salvador, que está com as atividades paralisadas desde a última semana.
— Nós fizemos a exigência para que eles encerrem essa movimentação, que é ilegal. Existe uma desorganização dentro do Consócio União e eles disseram que parte da Empresa São Salvador. Ela é responsável por todo esse piquete, inclusive com ameaças não só os funcionários do próprio consórcio, como de outros. Pedimos providências inclusive através de ofício. Eles estão caminhando para a caducidade e quanto mais paralisações são feitas, mais teremos elementos para acabar com esse sistema que não funciona. Independente da paralisação da São Salvador as outras empresas tem obrigação de atuar no consócio. E vamos junto com a PM e Guarda Municipal atuar para que amanhã (hoje) outras empresas possam trabalhar — o presidente do IMTT.

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