Funcionários da São Salvador em nova manifestação
Matheus Berriel 26/01/2018 09:08 - Atualizado em 27/01/2018 19:03
Depois de dois dias de pausa nos protestos, funcionários da Viação Salvador voltaram a se manifestar contra os quatro meses de salários atrasados, mais o 13º de 2017. Nesta sexta-feira foi o quinto dia de paralisação. Pela manhã, coletivos de outras empresas foram impedidos de circular, sendo parados nas proximidades da rodoviária Roberto Silveira, na avenida José Alves de Azevedo (Beira-Valão), e no terminal rodoviário Luís Carlos Prestes, na avenida XV de Novembro (Beira-Rio), ambos no Centro de Campos. A reunião entre o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) e o Consórcio União, que seria realizada na última quinta-feira (25), foi adiada para esta sexta e novamente para a próxima semana, a pedido de representantes do consórcio.
Entre os funcionários da São Salvador, há uma grande insatisfação com o impasse existente entre o IMTT e a empresa.
— Não há previsão de retorno. Na realidade, nós estamos em greve. O empresário já se reuniu com a gente e disse que não tem condição de pagar. Nós estamos em greve, é 100% — disse um motorista da São Salvador, sem se identificar.
Durante a manifestação da última terça (23), o tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campos, Edson Rangel, disse à equipe da Folha da Manhã que não se trata de uma greve, mas sim uma manifestação. A reportagem tentou contato com representantes do sindicato nesta sexta, buscando novo posicionamento, mas não obteve êxito.
Na rodoviária, ainda no início do protesto, por volta das 8h, policiais militares tiveram que acalmar os manifestantes depois de alguns esvaziarem o pneu de um ônibus da São João. Segundo eles, o motorista teria resistido a parar. “Na terça-feira, ele jogou o carro para cima dos companheiros de trabalho. Agora, quis criar problema de novo. Foi onde o pessoal se exaltou. A gente é pacífico, tenta resolver tudo da melhor maneira; mas, infelizmente, tem certos companheiros que não querem abraçar a causa”, afirmou um funcionários da São Salvador.
Após o episódio, houve reforço da PM e da Guarda Civil Municipal. Os policiais não permitiram que novos ônibus fossem parados. “A manifestação é legal. O que não pode é obrigar o cidadão a descer do ônibus, ameaçar furar pneus. Isso não pode, está tirando o direito de ir e vir da população”, disse um PM. Porém, já no final da manhã, no terminal da Beira-Rio, vários ônibus de outras empresas foram impedidos de sair. Policiais tiveram que levar uma idosa em casa, no Lebret, para que ela não perdesse a insulina que conservava numa sacola com gelo.
Em nota, através da Superintendência de Comunicação da Prefeitura (Supcom), o IMTT disse que “solicitou o retorno imediato da prestação do serviço na Baixada Campista e informou que medidas administrativas cabíveis, como notificação e multa, estão sendo aplicadas”. O IMTT acrescentou ainda que “a empresa São Salvador constitui um dos lotes que realiza o atendimento às linhas do transporte coletivo municipal e a obrigação de suprir estas linhas, através das demais empresas do lote correspondente, está determinada em edital”.

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