Maior Parte dos Brasileiros Ainda Vive nas Senzalas
- Atualizado em 05/08/2017 11:20
 
A CASA É GRANDE, MAS A SENZALA É MAIOR
Por Charles Ferreira Machado
Definitivamente, tenho admiração pela época em que, ao menos às posições eram claras, quando o imposto era apenas de 1/5, o castigo era somente físico e eram bem definidas as regras estabelecidas, ainda que desumanas e cruéis, em que a senzala apenas ouvia e não tinha oportunidade de se rebelar (voto).
Em nosso país, sempre foi a camada exígua e miúda abrigada na casa-grande que decidiu e decide, o destino de todos, com o povo inteiramente por fora, em que lutas e mudanças, são executadas por essa elite e em benefício dela, é óbvio.
A constatação é a de que a grande massa navega adormecida, em estado letárgico, mas que, em certos momentos, pode irromper brutalmente (2013) e sem possibilidades de medir seus desdobramentos.
Até agora, todas as revoluções dentro da história do Brasil foram de elites, civis ou militares, mas sempre das elites. E quando a questão se restringe à querelas elitistas, o processo caminha como numa briga de família; aparece um primo que tem bom relacionamento com ambos, e diplomaticamente contorna e pacifica o confronto direto. E é exatamente no conchavo que pode surgir a figura do homem cordial. Esse que busca o acordo com os interlocutores, com aquilo que se chama vulgarmente de “base”, os políticos devem sorrir, mentir, subornar ou aceitar o suborno, em outras palavras, comprometer-se. São poucos os políticos que sabem fazer política com seriedade.
Esse malfadado presidencialismo de coalisão que é a fonte primária de todos, eu disse, todos os problemas pelos quais nós da senzala passamos, precisa ser urgentemente revisto. Não por essa fajuta e propalada reforma política, de que reforma nada tem. Ao contrário, nossos políticos como sempre preocupados com seus umbigos e dos seus cupinchas, buscam na calada da noite elaborar e aprovar um fundo político que visa arrancar do já sacrificado povo brasileiro R$ 3 bilhões para bancar às campanhas políticas no ano que vem. Em síntese, vem mais castigo contra a senzala por aí.
Até o palhaço tem razão nesse circo, parabéns ao Deputado Tiririca que além de não aceitar a regra do toma lá da cá, votando contra o Presidente Temer nessa espúria e clara compra de voto para se manter no cargo assistida por toda a senzala, anunciou  recentemente que irá abandonar a política.
É preciso estar em alerta, mostrar o momento político de impasse em que vivemos e o resultado dos momentos políticos que nos trouxeram a esse impasse. Aquele partido político que se apresenta como oposição arrega e se esconde debaixo do tapete. Esse é o impasse, a falta da escolha, a falta de confiança.
Ademais, sou contra qualquer excesso governamental. Creio que os governos devam ser reduzidos ao mínimo. Bertrand Russel, o grande anarquista inglês, dizia só admitir a presença do governo na regulamentação do tráfego. Sobretudo, o estado brasileiro representado por Brasília, cidade que é um exemplo acabado do estatismo ultracentralizador, onde temos um tipo de centralização que só se compara ao totalitarismo soviético. Governo este que, na atual conjuntura, não tem legitimidade e força para aprovar sequer uma reforma municipal, quiçá da previdência.
Mas mantenho meu ponto de vista de que a simples realização de uma eleição não resolve os problemas de um país. Até porque, estamos sem lideranças, não temos nada politicamente falando.
A contaminação implantada pelos políticos de que somos nós contra eles, está levando nosso país a uma desagregação nunca antes visto na nossa História. Há uma ameaça no ar, como dizia Maquiavel, o dividir para melhor governar.
É urgente assumir nossa responsabilidade e dar a cara para bater. Ao invés de ficarmos esperando que o outro faça. Acusam-se os políticos de não fazerem nada, eles precisam fazer, mas todo mundo precisa. Ou seja, cada um de nós deve assumir com realismo e coragem nossa parte na responsabilidade.
Agora é chegado a hora de recomeçar a construir um novo país que seja realmente para todos, que ponha fim à CASA-GRANDE & SENZALA.
Seu voto é essa voz contra a CASA-GRANDE, vamos acabar com a SENZALA e construir um país mais justo, igual e com oportunidade para todos.

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    Nino Bellieny

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