Cabral e e três de seus comparsas conseguem vagas de trabalho na cadeia
- Atualizado em 26/07/2017 08:43
Foram milhares os dias em que o local de trabalho do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) foi o amplo Palácio Guanabara, prédio do século XIX que já foi residência oficial de presidentes da República entre 1926 e 1947. Hoje, preso em meio a uma avalanche de acusações, que já geraram 12 processos contra ele, Cabral bate ponto em um local mais modesto, reservado aos criminosos: a pequena biblioteca da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Ele e outros três presos da Lava-Jato no Rio entraram para o seleto grupo de menos de 3% da população carcerária do estado que exercem alguma atividade na prisão.
O ex-governador começou a trabalhar em Bangu 8 e, no fim de maio, quando foi transferido para Benfica, continuou exercendo as atividades na biblioteca da unidade prisional. Jornalista por formação, o peemedebista colabora na organização e a distribuição de livros.
Na cadeia, em que há muito mais detentos do que vagas de trabalho, quando alguém é selecionado para uma atividade, diz-se que foi “classificado”. Cabral é um dos 1.333 detentos, em meio a quase 51 mil, que conseguiram essa condição. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) diz que nem ele e nem os demais presos da Lava Jato foram privilegiados. Pela Lei de Execuções Penais, a cada três dias trabalhados, o interno tem um dia de remição de pena. “A demanda é por unidade prisional. Pedindo na unidade e tendo vagas, eles são classificados e enviados ao trabalho”, diz a Seap.
Presos no mesmo esquema de Cabral, seu ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes pode ser encontrado na enfermaria, onde trabalha como médico; Carlos Miranda, apontado como operador do ex-governador, trabalha há menos de um mês na distribuição da comida aos presos. O quarto réu da Lava Jato no Rio a conseguir uma vaga para trabalhar no presídio foi o advogado Thiago Aragão, ex-sócio da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, de quem é acusado de ser operador. Preso em janeiro deste ano, na Operação Eficiência, ele ajuda no cadastro que os colegas de profissão fazem quando precisam visitar clientes na prisão.
Fonte: O Globo

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    Arnaldo Neto

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