Suzy Monteiro
05/05/2017 10:19 - Atualizado em 06/05/2017 15:53
O juiz Eron Simas não é mais responsável pelo julgamento das ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) do caso Chequinho. Ele estava designado para a 99a Zona Eleitoral (ZE) e, como tabelar, atuava na 76a, em função da suspeição dos juízes da própria 76 e da 98ª ZE, pedida em setembro do ano passado, no auge da operação que investigou o “escandaloso esquema” do Cheque Cidadão. Desde então, Eron já condenou 19 candidatos, eleitos ou não, que teriam sido beneficiados pelo uso político do programa social.
O Diário Oficial da Justiça desta sexta-feira (5) traz a designação da juíza Natascha Maculan Adum Dazzi para assumir a 99ª ZE no período de 1 a 31 de maio. Para a 76ª, está designada Elisabeth Longobardi, no período apenas de 2 a 5 de maio, por afastamento do juiz titular Heitor Campinho. Segundo informações extraoficais, o TRE teria designado a juíza da Vara da Infância, Maria Daniela, para assumir as Aijes da Chequinho.
A saída de Eron Simas seria burocrática, já que as designações para as zonas eleitorais onde não há titular ou este está impedido são mensais. Como Eron não era titular da ZE, poderia ser substituído por outro juiz a qualquer momento, sem aviso prévio, como ocorreu.
Eron Simas assumiu a parte eleitoral do caso Chequinho em setembro do ano passado, depois que dois juízes se declararam impedidos. Foi ele quem suspendeu o programa social próximo à eleição. Ele também tem conduzidos todos os julgamentos das Aijes. Faltam apenas 13 audiências.
No total, passaram pelas mãos de Eron Simas 19 condenações de candidatos a vereador, entre eleitos e suplentes. As primeiras sentenças foram dos eleitos Jorge Magal (PSD), Jorge Rangel (PTB), Kellinho (PR), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL), Ozéias (PSDB), Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR), Thiago Virgílio (PTC), Vinicius Madureira (PRP) e Cecília Ribeiro Gomes (PT do B).
Também já foram condenados os suplentes que tomaram posse no lugar de vereadores afastados pela Justiça, Geraldinho de Santa Cruz (PSDB) e Carlos Alberto Canaã (PTC).
Outros candidatos não eleitos, mas que figuravam entre os investigados no caso Chequinho, também foram condenados a oito anos de inelegibilidade: Pepeu de Baixa Grande (PSD), Binho de Conselheiro (PRTB), Paulo Henrique PH (PTC), Kelynho Povão (PHS), Heloísa Rocha (PR) e Aldo Jabes Silva Aguiar, o Aldo de Tocos (PRP).
Está concluída para sentença desde 25 de abril, a Aije principal, que tem a ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR), a ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social Ana Alice Alvarenga; a ex-coordenadora do Cheque Cidadão, Gisele Koch; Dr. Chicão (PR) e Mauro Silva (PSDB), que concorreram aos cargos de prefeito e vice, respectivamente, no último pleito, com apoio da máquina administrativa. Caso o juiz ainda não tenha sentenciado, caberá ao próximo magistrado decidir sobre a ex-prefeita.
Adiadas - Com a mudança das zonas eleitorais, foram adiadas as audiências das Aijes marcadas para esta sexta - de Gilson Gomes (PRTB), ex-secretário dos Direitos dos Idosos, e Thiago Godoy (PR), ex-subsecretário de Governo na gestão Rosinha.