STF decide revogar prisão de Dirceu
03/05/2017 10:09 - Atualizado em 03/05/2017 13:52
José Dirceu
José Dirceu / Divulgação
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nessa terça-feira (2), soltar o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, preso desde 2015 por determinação do juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava Jato. A decisão aconteceu no mesmo dia em que o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu nova denúncia contra Dirceu por suposto recebimento de propina das empreiteiras Engevix e UTC, entre 2011 e 2014.
Por 3 votos a 2, a maioria dos ministros aceitou pedido de habeas corpus feito pela defesa de Dirceu e reconheceu que há excesso de prazo na prisão preventiva, que chega a quase dois anos. Votaram pela libertação os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. O relator, Edson Fachin, e Celso de Mello manifestaram-se pela manutenção da prisão.
Para Fachin, a alegação sobre a longa duração das prisões provisórias de investigados na Lava Jato não pode levar em conta somente o prazo temporal. Segundo o ministro, é preciso verificar a gravidade dos fatos e a reiteração criminosa.
Em maio do ano passado, José Dirceu foi condenado a 23 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na sentença, Moro decidiu manter a prisão preventiva. Posteriormente, o ex-ministro da Casa Civil teve a pena reduzida para 20 anos e 10 meses. Ele foi acusado de receber mais de R$ 48 milhões por meio de serviços de consultoria, valores que seriam oriundos de propina proveniente de esquema na Petrobras, de acordo com os procuradores da Lava Jato.
A denúncia do MPF também inclui o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva; o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; e Gerson de Melo Almada e Walmir Pinheiro Santana, ex-executivos da Engevix e da UTC, respectivamente. (A.N.)

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