Protesto de juízes e policiais federais a favor da Lava Jato
28/04/2017 21:57 - Atualizado em 30/04/2017 16:27
Juízes e policiais federais fizeram ato, nesta sexta-feira, no prédio da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, contra a Lei do Abuso de Autoridade e as tentativas de enfraquecimento da Operação Lava Jato. O dia também foi marcado por mais uma fase da investigação, batizada de Operação Satélites. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra pessoas ligadas a deputados e senadores.
“A Lei de Abuso de Autoridade criminaliza as atuações do juiz, da Polícia Federal e do Ministério Público. Este momento é inadequado para a discussão desta lei. A Operação Lava Jato vem prendendo corruptos dos mais altos escalões da política nacional. Este projeto é uma ameaça direcionada à Lava Jato”, disse o presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Fabrício Fernandes de Castro.
Segundo o diretor-regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, delegado Luiz Carlos Cruz, alguns grupos de políticos querem intimidar as investigações.
— A Polícia Federal não vai se intimidar como nunca se intimidou. Nós vamos as últimas consequências. Em determinados momentos temos que agir com firmeza, mas isto não significa abuso de autoridade, apenas usamos a força necessária para aplicar a lei — declarou.
Satélites - O principal alvo de mais um desdobramento da Operação Lava Jato foi o advogado Bruno Mendes, ligado ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros. Os policiais federais fizeram busca e apreensão no escritório de Bruno, nas casas de uma ex-assessora do senador Romero Jucá, de um assessor do ex-presidente e ex-senador José Sarney e de uma pessoa ligada ao senador Garibaldi Alves, todos do PMDB.
O objetivo da Operação Satélites é apurar atos ilícitos na empresa estatal Transpreto e investigar contratos da Petrobras com as empresas NM Engenharia e NM Serviços. A base para as ações desta sexta foram os depoimentos de Sérgio Machado e dos empresários Nelson Cortonese Maranaldo e Luiz Fernando Nava Maranaldo em acordos de delação premiada.
Renan Calheiros, Bruno Mendes e Romero Jucá negaram qualquer irregularidade, enquanto Sarney não quis se pronunciar.
(A.N.) (A.S.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS