TSE apura vazamento de delações
24/03/2017 19:15 - Atualizado em 27/03/2017 12:59
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, determinou a abertura de uma sindicância para apurar o vazamento de depoimentos sigilosos de executivos da empreiteira Odebrecht, nos quais são relatados supostos repasses ilegais à campanha da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. A apuração da presidência ocorrerá em coordenação com outra investigação da corregedoria do TSE, aberta nessa quinta-feira pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo.
Na manhã desta sexta, durante um evento em Brasília, Gilmar Mendes criticou o vazamento dos depoimentos. “Deploro vivamente, seriamente, e exijo que façamos a investigação desse vazamento agora lamentavelmente ocorrido. Acho que isso fala mal das instituições. É como se o Brasil fosse o país de trambiques, de infrações. Assim como nós não podemos praticar vazamentos aqui, ninguém pode fazê-lo, nem procuradores, nem juízes, nem ninguém”, disse o presidente do TSE.
Os depoimentos foram publicados na quinta-feira pelo blog O Antagonista, que é mantido pelos jornalistas Mario Sabino e Diogo Mainardi. Entre os trechos vazados está a informação que a empreiteira comprou tempo de TV de PCdoB, PROS e PRB para Dilma, além do depoimento de Marcelo Odebrecht, no qual o herdeiro do grupo afirma que a ex-presidente sabia dos pagamentos de caixa 2 à campanha de 2014.
O vazamento dos depoimentos ocorreu após Herman Benjamin enviar aos ministros do TSE um relatório contendo o resumo do processo e disponibilizar o acesso integral aos depoimentos em pastas eletrônicas na rede interna de computadores do tribunal, acessadas somente pelos gabinetes dos ministros. As defesas de todos os envolvidos também foram autorizadas a terem acesso à íntegra do processo.
Recentemente, Gilmar Mendes acusou a Procuradoria-Geral da República (PGR) de vazar informações sigilosas relativas à Lava Jato e fez alusão a uma possível anulação de provas em decorrência do ato. Rodrigo Janot reagiu afirmando que a acusação era “mentirosa”, classificando a manifestação como um “disenteria verbal”. (A.N.) (A.N.A.)
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Decisão suspende repasse ao Estado do Rio / Divulgação

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