Carne Fraca: Temer convoca reunião
19/03/2017 00:31 - Atualizado em 19/03/2017 19:29
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O presidentes Miche Temer falou sobre afastamento de ministro ontem / Divulgação
O presidente Michel Temer (PMDB) convocou para este domingo (19) uma reunião de emergência com ministros para debater a crise aberta pela Operação Carne Fraca, que desbaratou um esquema de corrupção envolvendo frigoríficos e fiscais agropecuários. A reunião será com os ministros da Agricultura, Blairo Maggi, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, e representantes de frigoríficos. De acordo com a investigação, as propinas abasteciam os partidos PMDB e PP.
Segundo a assessoria da Presidência, às 14h, Temer fará um primeiro encontro apenas com Maggi, no Palácio do Planalto. Em seguida, recebe também Pereira e os representantes dos frigoríficos.
Ao longo das investigações que culminaram na Carne Fraca, deflagrada sexta-feira (17), a Polícia Federal (PF) descobriu que os frigoríficos envolvidos no esquema criminoso “maquiavam” carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para vendê-las. As empresas, então, subornavam fiscais do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação.
De acordo com o delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo, os partidos PP e PMDB eram beneficiados com propina envolvendo o esquema ilegal, além de uma ligação interceptada no curso das investigações envolver o atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio. A PF também informou ter interceptado um telefonema entre Serraglio e o ex-superintendente do ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho — um dos investigados.
A operação envolve grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas, mas também frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo. (S.M.) (A.N.)

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