Julgamento sem Geraldinho
Suzy Monteiro 10/03/2017 22:33 - Atualizado em 10/03/2017 22:56
Oitiva de testemunhas em audiência
A nova fase de julgamentos dos acusados no caso Chequinho começou nessa sexta, às 9h30, com a audiência do vereador Geraldinho de Santa Cruz (PSDB). Como os demais já julgados, com exceção de Vinícius Madureira (PRP), o vereador não compareceu. Geraldinho recebeu 1.379 votos. Ele nega qualquer participação em irregularidades. Na próxima terça-feira, será a vez do julgamento do também vereador suplente, empossado, Carlinhos Canaã (PTC).
Inicialmente aconteceria nessa sexta o julgamento do candidato a vereador pelo PRP no último pleito, Paulinho Camelô. Porém, a data foi invertida com a de Geraldinho, uma vez que ele está exercendo mandato na Câmara por ser suplente de Ozéias (PSDB), que foi eleito, mas não diplomado por determinação da Justiça. Além de responder na esfera eleitoral, na qual já foi condenado, Ozéias também responde a Ação Penal. Em entrevista anterior à Folha, Geraldinho se disse injustiçado. “Fui acusado de uma coisa que não pratiquei. Perdi até votos depois que meu nome apareceu na mídia”, afirmou.
Até o momento, foram condenados os 11 eleitos acusados de usar o Cheque Cidadão como moeda de trocas por votos — Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), Jorge Magal (PSD), Jorge Rangel (PTB), Linda Mara (PTC), Kellinho (PR), Miguelito (PSL), Ozéias, Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR), Thiago Virgílio (PTC) e Vinicius Madureira. Por decisão do juízo local, eles tiveram os votos anulados, mandatos cassados, além de ficarem inelegíveis por oito anos. Seis deles não foram diplomados por responderem, também, a Ação Penal: Jorge Rangel, Linda Mara, Kellinho, Miguelito, Ozéias e Virgílio. Os outros cinco podem recorrer no cargo.
O “escandaloso esquema”, como classificou o MPE, teria sido montado para a obtenção de votos em favor de candidatos apoiados pelo governo da então prefeita Rosinha Garotinho (PR). Em troca, por meio de cabos/apoiadores eleitorais a eles ligados, seriam oferecidas inscrições no programa social, sem obedecer nenhum critério técnico.
A ação tomou por base documentos apreendidos no início de setembro, na sede da secretaria de Desenvolvimento Humano e Social e Centros de Referência da Assistência Social (Cras). Segundo o MPE, em três meses, o número de inscritos saltou de 11.500 para 30.500.
Audiência de Rosinha no próximo dia 24
A audiência de instrução da principal Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) gerada em consequência do “escandaloso esquema” da troca de Cheque Cidadão por votos será no próximo dia 24. Esta ação tem como réus a ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR), a ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social Ana Alice Alvarenga; a ex-coordenadora do programa social Gisele Koch; e os então candidatos a prefeito e vice apoiados pelo grupo político da então prefeita, respectivamente, Dr. Chicão (PR) e Mauro Silva (PSDB).
A audiência para oitiva de testemunhas acontecerá às 9h, no Fórum da Comarca de Campos. O Ministério Público Eleitoral (MPE) requer a declaração de inelegibilidade dos investigados.
A ação foi proposta pelo MPE em setembro do ano passado, em meio às investigações do Cheque Cidadão. A Aije tinha por objetivo apurar possível abuso de poder político e econômico. Segundo a Procuradoria Eleitoral, havia um grande esquema organizado pelos gestores na ocasião, incluindo a então prefeita Rosinha Garotinho. O objetivo seria beneficiar candidatos apoiados pelo grupo político.

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