PGR quer arquivar investigação contra Pezão
09/03/2017 23:22 - Atualizado em 12/03/2017 12:43
Pezão
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, nesta quinta, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o arquivamento do inquérito no qual o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), é acusado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na operação Lava Jato. De acordo com a procuradoria, não há provas que justifiquem a continuidade das investigações.
No pedido enviado ao STJ, o vice-procurador da República José Bonifácio de Andrada, argumenta que o indício de participação de Pezão em uma reunião na qual teria ocorrido uma suposta solicitação de dinheiro para campanha não é suficiente para sustentar uma imputação penal contra o governador. “Até o momento, as referências a sua pessoa feitas nos depoimentos colhidos sempre tiveram relação com a composição da chapa eleitoral, não uma indicação específica que pudesse circunscrever atos criminosos de solicitação de vantagens indevidas”, escreve o vice-procurador-geral.
De acordo com as investigações, os recursos teriam sido desviados da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), uma das obras da Petrobras investigadas na Lava Jato.
Segundo informações do processo, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e um dos delatores da Lava Jato, relatou uma reunião, realizada durante a campanha eleitoral de 2010, quando Pezão concorreu como vice do ex-governador Sérgio Cabral. No encontro, Pezão e representantes de empreiteiras teriam combinado doação de R$ 500 mil para o diretório estadual do PMDB no Rio.
No mesmo parecer, a PGR pediu que acusações contra Sérgio Cabral sejam conduzidas pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba. Hoje, Cabral está preso em Bangu devido aos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro. Pezão, em razão do cargo de governador, tinha foro no STJ. Sem ele, não há mais razão para manter o processo no tribunal. O vice-procurador-geral também fez uma ressalva: fatos novos poderão justificar a reabertura da investigação.
Em setembro de 2015, a Polícia Federal defendeu o arquivamento do inquérito contra Pezão, Cabral e Fichtner. Em outubro daquele ano, no entanto, a PGR pediu continuidade da investigação.
À imprensa, a assessoria do governador Pezão informou que ele não vai comentar o caso.
(A.N.)

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