Índice de homicídios no Rio tem aumento de 24,3% em fevereiro
Paula Vigneron e Camilla Silva 30/03/2017 16:14 - Atualizado em 31/03/2017 13:15
Folha da Manhã
Em Campos, no entanto, número apresentou pequena queda / Folha da Manhã
Foram divulgados, nesta semana, dados sobre a violência no Estado do Rio de Janeiro. As informações foram apresentadas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Em fevereiro deste ano, o índice de homicídios foi o maior dos últimos nove anos, aumentando em 24,3% em relação ao mesmo mês de 2016. Foram 404 em 2016 e 502 em 2017. O número de homicídios em Campos, no entanto, apresentou uma pequena queda. Em 2017, aconteceram 14 casos, contra 16 no mesmo mês de 2016.
Um índice campista que apresentou aumento no relatório foi o de roubo de veículos. Até o último dia de fevereiro deste ano, foram 22 casos. No mesmo período, em 2016, aconteceram 12. Neste crime, o município seguiu a tendência do estado que teve um aumento de 1.231 casos (3.056 em 2016 – 4.287 em 2017), só no mês de fevereiro.
A Folha tentou contato com o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Fabiano Santos, para comentar o assunto, mas não conseguiu até o fechamento desta matéria.
O número de prisões, em todo o estado, foi um dos índices que apresentou redução. Segundo o ISP, foram 4.808 prisões em caso de flagrante e cumprimentos de mandado, em 2016, contra 3.210 em 2017. Os dados do mês de fevereiro apontam também que as apreensões de adolescentes por prática de ato infracional e cumprimento de busca caíram de 1.217 em 2016 para 594 em 2017.
Questionado sobre a possível redução destes números por conta da greve da Polícia Civil, iniciada na segunda metade do mês de janeiro, o delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia, Luis Maurício Armond, disse acreditar que o trabalho da polícia tenha influenciado o resultado.
— Acho que a redução possa ter sido afetada pela greve, nos casos de menor gravidade, mas não a ponto de camuflar o resultado final. Não deixamos de cobrir os casos mais graves, por isso também acredito que essa diminuição tenha sido consequência do trabalho efetuado pela polícia — opinou.
O delegado titular da 134ª DP, Geraldo Rangel, também foi procurado, mas preferiu não cometar o assunto, devido a ainda não ter tido acesso aos dados.
Greve da Polícia Civil – Prossegue, sem previsão de término, a greve da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, iniciada na segunda metade do mês de janeiro. Em assembleia realizada na última terça (28), a categoria resolveu manter o movimento. No dia anterior, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, se reuniu com deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (Alerj). No dia 24 de abril, em nova assembleia no Rio de Janeiro, a categoria discutirá exclusivamente sobre a continuidade ou a suspensão da greve.
Durante o encontro, foi pedida a criação de um calendário de pagamento das dívidas, mas não houve negociação. No mesmo dia, uma assembleia com os policiais determinou a permanência da greve. Outra sessão acontecerá no final de abril. Na reunião, Pezão explicou que só poderá haver projeções caso seja aprovada a Lei da Recuperação Fiscal. Diante da situação, o governador afirmou não poder “assumir compromissos”.
O encontro contou, também, com a participação de representantes da Coligação dos Policiais Civis (Colpol), Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) e Associação dos Peritos do Estado do Rio de Janeiro (Aperj).
Em audiência pública, na última semana, Carlos Augusto Leba, chefe da corporação, relatou que a dívida do Estado com os policiais chegou ao valor de R$ 82 milhões. A maior parte da quantia está relacionada ao 13º salário. Os agentes reivindicam, também, o pagamento de horas extras e gratificações. No período de greve, as delegacias do Rio de Janeiro fazem registros de casos mais graves, como homicídio, sequestro e estupro.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS