Na luta para não fechar as portas
Daniela Abreu 25/03/2017 16:46 - Atualizado em 27/03/2017 10:06
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Associação Mulheres Vitoriosas / Divulgação
“Nosso objetivo é que ela volte a ser protagonista da própria história”, assim Cristiane Félix, fundadora e presidente da Associação Mulheres Vitoriosas, define a missão da entidade, que surgiu há cinco anos com apenas cinco pacientes e, atualmente, atende a mais de 500 mulheres com ações amplas. Meia década de existência não condiz com todas as conquistas alcançadas, não só no que se refere à ampliação do trabalho, que atende a mulheres além dos limites de Campos, mas também na propagação da assistência oferecida pela instituição. Entretanto, o conhecimento sem reconhecimento tem sido uma barreira. A falta da Declaração de Utilidade Pública tem impedido que a casa consiga não só parceria pública, mas também privada, além de impedir a venda de produtos. Com despesas que vão de R$ 21 mil a R$ 25 mil e uma arrecadação de cerca de R$ 5 mil, a partir de contribuições mensais de voluntários no valor de R$ 10, a ameaça de fechamento só não é maior que a certeza de Cristiane de que “esse trabalho não pode parar”.
A Associação Mulheres Vitoriosas tem uma equipe de voluntários formada por psicólogo, mastologista, oncologista, assistente social, nutrição, cardiologista, profissionais que confeccionam perucas e assistentes jurídicos, que formam uma estrutura de atendimento e serviços cujo objetivo vai além dos cuidados com a saúde física, mas da autoestima da mulher.
  • Associação Mulheres Vitoriosas

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Além disso, a instituição tem uma fábrica de sutiãs e biquínis para mastectomizadas que atende não só a mulheres de Campos, mas também da Bahia e de Niterói. O material é vendido, mas caso a paciente comprove que não tem condições, recebe como doação. Da mesma forma, o banco de perucas contempla mulheres que passam por quimioterapia, sob apresentação de indicação de tratamento e assinatura de termo de responsabilidade e comprometimento na devolução. “Nós temos perucas prontas que podem atender à paciente, mas caso não haja, fazemos o corte do cabelo, tiramos a medida e produzimos uma exclusiva”, contou Cristiane.
Para a confecção das perucas, a Associação conta com um banco de cabelos, mas carece de doações da touca para a fixação dos fios. O material é vendido na internet e são doados na maioria das vezes pelos parentes de pacientes.
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Associação Mulheres Vitoriosas / Divulgação
Projeto tramita na Câmara desde 2013
A complexidade e importância do trabalho da Associação Mulheres Vitoriosas torna a estrutura cara e, para não fechar, alternativas já estão sendo postas em prática. “Precisamos de 500 pessoas doando R$ 20. Vamos ao poucos. Com essas 20 pessoas já conseguimos pagar a conta de luz”, disse a presidente da Associação.
Cristiane explicou ainda que, desde 2013, tramita na Câmara o projeto que dará à instituição o reconhecimento de Serviço de Utilidade Pública que dará a oportunidade de receber ajuda da iniciativa privada conferindo assim dedução fiscal no imposto de renda. Além disso, permitirá a regularização dos produtos tornando possível a venda dos mesmos em outros estados e países. “Somos conhecidos, mas não somos reconhecidos e assim perdemos importantes parcerias”, contou.
Em nota, a Prefeitura de Campos disse que “está aberta ao diálogo com a sociedade e que assim como recebe os diversos segmentos para ouvir suas demandas, está à disposição da Associação Mulheres Vitoriosas para que, junto à Câmara Municipal, possa buscar soluções para as questões da mesma”.

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