Campanha para ajudar Daniela
Matheus Berriel 11/03/2017 15:12 - Atualizado em 11/03/2017 15:12
Daniela Maria
Recentemente, um grupo de jovens campistas iniciou uma vaquinha online com um nobre objetivo: arrecadar dinheiro para ajudar a custear um mapeamento genético para Daniela Maria Medeiros de Oliveira, 23 anos, que sofre de miopatia metabólica, uma fraqueza muscular devido ao funcionamento inadequado do metabolismo, que não degrada gordura e lipídios suficientes para poder gerar energia para o corpo. O exame custa cerca de R$ 100 mil e a campanha já conseguiu arrecadar pouco mais de R$ 7 mil.
A via dolorosa de Daniela começou em 2007, quando ela começou a sentir sintomas de uma asma crônica agravada para miopatia, neuroaria, vasulite e gastrite. Desde então, a jovem tem buscado o diagnóstico correto da doença, mas sem êxito. Ela já foi a médicos em Campos, Itaperuna, Rio de Janeiro e, recentemente, São Paulo. “Sempre que faço um exame com possibilidade de descobrir o que eu tenho, eu fico com muita expectativa. Fiz uma biópsia em dezembro e voltei a São Paulo no início de fevereiro para ver o resultado. Novamente, houve uma alteração apontando que tem algo de errado comigo, mas sem mostrar a causa”, contou ela, que por muitas vezes ficou revoltada e até desesperançosa. “Todas as vezes que tive revolta, foi quando fiz exames e descobri que a doença está avançando”.
Em 2014, Daniela teve que trancar a matrícula do curso de licenciatura em Ciências da Natureza no Instituto Federal Fluminense (IFF), por conta do avanço da doença. “Parece estranho porque eu ando normalmente, mas não tenho força para pegar um livro na biblioteca, por exemplo”. Atualmente, a jovem voltou aos estudos e cursa Medicina. Porém, já teve um novo empecilho, desta vez, financeiro. “A minha faculdade é muito cara, eu ainda não consegui bolsa. Fui para São Paulo no mesmo dia em que tinha que pagar a mensalidade da faculdade. Eu e meu pai fizemos todas as contas, achávamos que iríamos gastar cerca de R$ 4 mil na viagem. Meus médicos são particulares, mas eu faço vários exames pelo SUS. Só que, como deu alteração no exame, tive que ficar mais dias, fazer mais exames e acabei gastando R$ 6 mil. Com isso, minha mensalidade atrasou quase um mês”, lamentou a jovem, que voltou para a faculdade atordoada com tudo e se viu obrigada a contar os problemas para os amigos. Foi quando surgiu a ideia da vaquinha.
— Eu nunca tinha exposto minha vida para ninguém. Mas, estava acontecendo tanta coisa ao mesmo tempo, que eu tive que contar. Uma amiga me deu a ideia de fazer a vaquinha. Perguntou se me autorizava a fazer o texto, eu autorizei e ela montou. Já na semana que foi criada, as mudanças começaram a acontecer. Não digo nem em relação ao dinheiro, mas mudanças na forma como as pessoas me tratam — destacou Daniela.
Ação ganhou destaque nas redes sociais
Criada no dia 16 de fevereiro, a vaquinha já atingiu 7,98% do objetivo até então, com R$ 7.980 arrecadados, além de R$ 2.035 em boletos pendentes. O valor previsto de R$ 100 mil servirá para a jovem fazer o mapeamento genético e o tratamento necessário. Para contribuir, basta preencher um formulário no site da campanha (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/vamos-ajudar-a-dani-a-pagar-seu-exame-de-mapeamento-genetico) e escolher a opção de pagamento por boleto ou cartão de crédito.
Renovada ao perceber o interesse dos amigos em ajudar, Daniela tem usado as redes sociais para divulgar a vaquinha. Uma das principais colaboradoras na divulgação é sua sogra, Rachel, que valoriza todo tipo de apoio recebido pela nora. “Integrantes de todas as religiões têm feito correntes de oração. A Daniela também vem conseguindo ajuda financeira. O mais importante é que, com as redes sociais e o trabalho da imprensa, as pessoas estão percebendo que o problema do vizinho não é só dele, mas da comunidade. A sociedade campista é solidária. Já passei mal na rua e tive pessoas para me ajudar. Agora, é a vez de ajudarmos a Daniela, para que ela consiga o objetivo maior, que é buscar o diagnóstico e fazer o tratamento”, destacou.

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