Mulheres na luta por direitos
Daniela Abreu 08/03/2017 08:59 - Atualizado em 09/03/2017 15:06

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Mais um Dia Internacional da Mulher com tantos direitos conquistados a serem comemorados e tantos outros ainda em pauta na luta por respeito e igualdade. Há três anos, a data era celebrada com luta pela implantação de uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), em Campos. A unidade surgiu três meses depois, contando com profissionais dedicados, mas esbarrando em deficiências na implantação, que, segundo ativistas, atrapalham o amplo atendimento às vítimas da violência doméstica. Na linha de frente para combater a desigualdade e a violência contra o gênero feminino em suas diversas apresentações, mulheres nada frágeis dão o seu melhor para a garantia de direitos e espaços para todas.

No 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Helen Gobeti está hierarquicamente à frente de centenas de homens. Há cinco anos, a então designer de moda fez prova para a escola de formação de oficiais da PM e, aos 27 anos, a tenente Gobeti conta que seja por postura própria ou patente, se sente respeitada no local de trabalho. “As pessoas me respeitam muito aqui dentro. Eu sou mais antiga e se eles não quisessem me respeitar por eu ser mulher, teriam que me respeitar por ser tenente, mas eu não sinto que os policiais daqui me destratem por ser mulher”, contou.

Há quase sete anos na Polícia Civil, a inspetora Flávia Dias já atuou na 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), e atualmente está na Deam. Ela conta que no começo se comovia mais com alguns casos mais complexos, mas o tempo fez com que ela deixasse a emoção de lado para agir com mais discernimento. No tratamento com os suspeitos, a imposição de respeito sempre se faz necessária, mas nada tira o bem-estar da garantia do direito à vítima. “A sensação é de satisfação em fazer cumprir a lei e também de gerar um bem-estar às vítimas que se encontram desamparadas naquele momento”, disse ela, que divide a função com outras oito mulheres, além da delegada Ana Paula de Oliveira.

Umas das pioneiras na luta dos direitos da mulher em Campos, Margarida Estela Mendes é presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim) e foi incansável na luta para a implantação da Deam em Campos. Ela elogia o trabalho feito sob o comando da delegada titular da unidade, mas aponta a fragilidade na rede de apoio ao atendimento à mulher, que acaba desestimulando muitas a denunciarem a violência doméstica. “Falta o Centro de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Doméstica, falta uma casa de passagem para a mulher que não pode retornar para casa. A Deam não pode encaminhar os seus trabalhos sem esses organismos, que formam uma rede de atendimentos”, disse ao acrescentar que deverá entrar com ação pedindo a inclusão de travestis e transgêneras na sigla para que também saibam que podem recorrer à Deam.

Nesta quarta (8), a OAB mulher fará uma ação para lembrar o Dia Internacional da Mulher, assim como a secretaria municipal de Desenvolvimento Humano e Social (SMDHS), que desde essa terça faz panfletagem no Centro. A Câmara de Vereadores marca a data com sessão solene com o tema I Ato de Valorização e Empoderamento da Mulher na Atual Sociedade.

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