Famílias buscam por tratamento adequado
Marcus Pinheiro 07/03/2017 10:05 - Atualizado em 08/03/2017 11:46
Folha da Manhã
Hospital Ferreira Machado (HFM) / Folha da Manhã
A demora na transferência de um bebê de 5 meses, com o diagnóstico sugestivo de câncer no fígado, e de uma criança de 7 anos, com meduloblastoma – tumor neurocerebral maligno – ambos internados em estado grave no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, vem causando revolta nas redes sociais nos últimos dias. Os casos ganharam repercussão na última semana, quando os familiares de Daniel da Silva Barreto Gomes, 5 meses, e Iader Coutinho dos Santos, de 7 anos, resolver mostrar também nas redes sociais o drama vivido pelos dois.
As famílias dos pequenos disseram que só publicaram as situações alegando dificuldades nos diagnósticos conclusivos e transferências para unidades especializadas.
De acordo com a tia de Daniel, Ana Beatriz da Silva Barreto, após nove dias de internação, o pequeno foi submetido, na última quinta-feira (2), a uma ressonância magnética. Segundo ela, o procedimento realizado em uma clínica particular teria apontado um tumor de 11cm no fígado da criança. “Ele precisa ser transferido com urgência. Sem o tratamento adequado, a doença pode acabar evoluindo. Mas, até agora, nada foi feito. Estamos de mãos atadas”, contou.
Ana Beatriz disse ainda que, caso a transferência do paciente não seja realizada, a família vai acionar o Ministério Público.
Já no caso do Iader, internado no HFM desde o dia 8 de fevereiro, segundo a tia Ceneida Coutinho de Souza, a transferência não poderá ser realizada até que o quadro clínico melhore. “Ele está em coma, entubado, sob o uso de antibióticos e anticonvulsivos na UTI pediátrica do HFM há 12 dias. O estado é grave. Lutamos para conseguir a transferência para o Hospital São José do Avaí, em Itaperuna, mas apenas na última sexta-feira que a verdade nos foi dita. Iader não pode ser transferido agora, pois ele não tem condições clínicas de saúde para enfrentar a viagem, nem de encarar o procedimento radioterápico, indicado para o caso dele” disse.
Em nota, o HFM informou que “quando há necessidade de transferência de pacientes do HFM para outros hospitais, o primeiro passo dado por nossa instituição é entrar em contato com a Central de Regulação de Vagas do Estado, que faz uma busca em seu sistema, sobre os hospitais do Estado do Rio de Janeiro aptos a receber aquele paciente. Caso não haja vaga disponível, o paciente permanece internado no HFM, com toda assistência médico-hospitalar, até que o hospital indicado pela Central de Regulação de Vagas informe sobre a liberação de vaga. É quando o HFM providencia a remoção do doente”.
A direção do hospital informou ainda que, no caso das crianças, a unidade já cumpriu todos os trâmites necessários, está esperando que o Hospital São José do Avaí confirme a liberação das vagas e aguarda a melhora no quadro do Iader.

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