Prevenção no Carnaval
24/02/2017 14:25 - Atualizado em 24/02/2017 14:40
Na última terça-feira (21), o ministério da Saúde lançou uma campanha com foco na prevenção durante o Carnaval, incentivando o uso de preservativos, principalmente entre os jovens. O slogan da campanha é “No Carnaval, use camisinha e viva essa grande festa!”. Em Campos, o Programa Municipal DST/Aids também realizará uma ação com distribuição de preservativos e panfletos informativos sobre as doenças sexualmente transmissíveis, na sede do município e no espaço de atenção básica da praia do Farol de São Thomé. Além de prevenir contra as DST’s, o uso contínuo da camisinha também evita a gravidez indesejada.
O motivo dos jovens serem o foco principal do ministério da Saúde é que estes são os que menos usam camisinha. De acordo com uma pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas , houve queda considerável no uso regular do preservativo entre os que têm de 15 a 24 anos, tanto com parceiros eventuais – de 58,4% em 2004 para 56,6%, em 2013 – como com parceiros fixos – queda de 38,8% em 2004 para 34,2% em 2013. Os dados são ainda mais preocupantes com relação aos mais novos. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), realizada nas escolas de todo o país com adolescentes de 13 a 17 anos, 35,6% dos alunos não usaram preservativos na primeira relação sexual.
— Intensificamos no Carnaval a campanha de prevenção ao HIV/aids, mas distribuímos camisinhas o ano todo. Este ano, estamos apelando especialmente aos jovens que usem camisinha, façam a testagem e, se infectados, busquem tratamento, que é gratuito e o melhor do mundo. E que no carnaval só tenhamos boas lembranças — alertou o ministro da saúde, Ricardo Barros. Foram disponibilizados 74 milhões de preservativos masculinos e 3,1 milhões de preservativos femininos nos pontos de distribuição de todos os estados e do Distrito Federal.
Mesmo com a distribuição dos preservativos, caso alguém tenha relação sexual de risco, em Campos, poderá procurar o Hospital Ferreira Machado (HFM) para orientação e medicação, dentro de 72 horas. Passado este prazo, a recomendação é ir até o Centro de Doenças Infecciosas e Parasitárias (CDIP), localizado à Rua 1º de Maio, no Centro, onde poderá ser feita a testagem do vírus HIV.
O hábito de não usar camisinha tem impactado diretamente no aumento de casos de HIV e aids entre os jovens. No Brasil, a epidemia avança na faixa etária de 20 a 24 anos, na qual a taxa de detecção subiu de 15,6 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 21,8 casos em 2015. Entre os mais novos, de 15 a 19 anos, o índice mais que dobrou, passando de 2,8, em 2006, para 5,8 em 2015. Dentre todas as faixas etárias, a adesão ao tratamento nesse grupo é a mais baixa. Apenas 29,2% dos 44 mil jovens identificados no Sistema Único de Saúde (SUS) com a doença estão em tratamento. A cobertura cresce à medida que aumenta a idade dos portadores. Na faixa de 25 a 34 anos, esse percentual é de 77,5%, mantendo-se superior a 80% em todas as outras faixas etárias até chegar a 84,3% entre os indivíduos acima de 50 anos.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e aids divulgado no final do ano passado, 827 mil pessoas vivem com o HIV. A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa 40,9 mil casos novos, em média, no período de 2010 a 2015.

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