Sob a lupa, Rafael segue com trabalho
Dora Paula Paes 23/01/2017 10:04 - Atualizado em 25/01/2017 14:17
Prefeito Rafael Diniz
O prefeito de Campos Rafael Diniz (PPS) chegou ao seu 20º dia de governo na última sexta-feira (20). O próprio usou sua rede social para lembrar a data: “Amanhã chegaremos ao 20° dia de governo e seguimos trabalhando incansavelmente pela transformação da nossa cidade”. Não é só o prefeito que está contando seus primeiros dias à frente do governo. A lupa está nas mãos dos adversários políticos, aliados e, principalmente, da população. De praxe mesmo, é fazer balanço de “100 dias de governo”. Como Rafael ainda tem algum tempo pela frente, a Folha buscou vozes que não se calam e entendem de política, economia, mídias e movimentos sociais.
  • Fernando Leite

    Fernando Leite

  • Ranulfo Vidgal

    Ranulfo Vidgal

  • Aristides Soffiati

    Aristides Soffiati

O jornalista Ricardo André Vasconcelos é um deles. Bem antes do enfrentamento nas urnas, que destronou a família Garotinho, ele já apontava série de princípios para o município, que ganhou voz. Numa outra ponta, aparece o ambientalista Aristides Soffiati, personagem que não se esquiva de opinar pelo bem da região. Segundo ele, muito à vontade para falar, por já ter sido vidraça. O analista político e econômico Ranulfo Vidigal também tem espaço para comentar os primeiros dias do governo municipal. Fala com a propriedade de quem estuda acontecimentos relacionados aos números em Campos, região, país e no mundo. Para fechar, o jornalista Fernando Leite. Nas redes sociais, como bom comunicador, abre espaço para a população divulgar problemas urgentes, além de informar.
Para o jornalista Ricardo André Vasconcelos, nessas três semanas do novo governo há sinais positivos. “Foi decretada auditoria em todos os setores, porém o compromisso era que fosse externa e independente. Ainda há tempo...”. Ele enxerga que “não houve tempo para montar uma estrutura de transparência, mas já foram dados, até onde estou informado, os primeiros passos”.
— Há, porém, indícios também de que este é um governo de alternância em relação ao anterior e não de ruptura, como eu e outros 151 mil eleitores apostaram. Veja o caso da escolha de um secretário de Mobilidade Urbana que foi o engenheiro responsável pelas obras e contratos do governo Rosinha, tanto na pela PCE quanto pela Odebrecht. Simbolicamente a escolha, ainda não explicada, acende a luz amarela. Mas acho que os meninos estão aprendendo e vamos todos nos manter alertas para que sigam o melhor caminho. Mas, como escrevi no dia da eleição, se não der certo, como na tentativa de 1988 (quando o grupo liderado por Anthony Garotinho chegou ao poder pela primeira vez), a gente não desanima e tenta de novo — diz Ricardo André.
O ambientalista Aristides Soffiati, incansável em sua luta pelo Meio Ambiente, também fala dos primeiros dias do governo Rafael, que fechou um ciclo de governança no município de quase 30 anos. “Já fui vidraça. Portanto, creio que posso sugerir e opinar. No meu entender, o novo governo municipal deve ter as seguintes atitudes: 1-Constituir uma equipe integrada. Sei que é difícil por falta de quadros e compromissos assumidos. Além do mais, as individualidades não podem ser reduzidas. Não falo em equipe uniforme, mas que trabalhe numa direção comum. 2- Esta equipe deve se pautar pela honestidade, competência, criatividade e trabalho. 3- Primeiro, é preciso arrumar a casa, mas, paralelamente, o programa de governo do novo prefeito deve ser implementado de forma objetiva em 100 dias a fim de que a população perceba claramente a mudança, a diferença de administração. 4- O novo governo não deve se descontrolar pelas críticas superficiais de pessoas despolitizadas, individualistas e impacientes, mas deve dar atenção às críticas ou ponderações de pessoas experientes”.
Já Fernando Leite tem aberto seu espaço em rede social para a população reclamar e pedir socorro. Segundo ele, um governo de pouco mais de duas semanas só consegue sinalizar com gestos suas reais intenções. “O tempo é mínimo. Uma avaliação mais consistente precisa dos famosos ‘100 dias de governo’. É imperioso lembrar que, em Campos não houve transição e que o novo prefeito recebeu um legado de terra arrasada. É muito natural que haja insatisfações pontuais aqui e acolá, nada que não possa ser corrigido. Rafael e seus aliados têm uma tarefa dupla: administrar e abrir um novo ciclo virtuoso na política de Campos”, avalia.
Economia — Na área econômica, entra na discussão o analista econômico e político Ranulfo Vidigal:
— Olhando o orçamento real notamos que o maior problema é o tamanho da conta de salários, seguido da recapitalização do fundo previdenciário. O governo ao implantar o ponto digital e zerar as disposições tende a dar uma peneirada nesta conta. O segundo problema é que o orçamento da saúde caiu à metade e isso envolve vidas e precisa ser bem negociado com os hospitais contratados e com a população carente, impossibilitada de pagar planos de saúde pelo desemprego. O terceiro problema é a necessidade de dar um ‘banho de loja na cidade’, pelos buracos e sinais escangalhados. Com tenacidade e paciência, a coisa vai pro lugar — analisa Vidigal.

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