Comboio de apoio ao ES passa por Campos
Daniela Abreu, Aldir Sales, Jhonattan Reis e Marcus Pinheiro 07/02/2017 14:23 - Atualizado em 08/02/2017 09:41
Marcos Gonçalves
Exército passou pela BR 101/Marcos Gonçalves
O Espírito Santo já começou a receber militares das Exército e homens da Força Nacional para fazer a segurança das ruas das principais cidades do estado. Por volta das 12h30, um comboio das Forças Armadas que saiu do Rio de Janeiro com destino ao estado vizinho passou por Campos. Cerca de 20 veículos seguiram pela BR 101 em direção à capital Vitória.
O pedido de ajuda foi feito pelo governo estadual na última segunda-feira em razão da falta de policiamento. Desde o último sábado, protestos de familiares de policiais militares bloqueiam as saídas dos quartéis em várias cidades do estado, como Guarapari, Piúma, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e na Grande Vitória. Os PMs são impedidos por regimento interno de fazer greve e, por isso, os familiares, a maioria de mulheres, pedem reajuste salarial.
No início da noite desta terça-feira, a secretaria estadual de Segurança Pública do Espírito Santo informou que 100% do efetivo da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas), 4º Batalhão (Vila Velha), 9º Batalhão (Cachoeiro de Itapemirim) e 13º Batalhão (São Mateus) voltaram ao trabalho.
Na tarde desta terça, moradores de Guarapari se concentraram em frente ao batalhão da PM na cidade para protestar contra o grupo de familiares dos policiais que estão acampados no local. O movimento se repetiu em outros locais, como Cachoeiro de Itapemirim e na região e Maurípe, em Vitória. Na capital capixaba, os dois grupos chegaram a trocar ofensas verbais e homens do Exército precisaram intervir. Houve confronto contra os manifestantes que colocaram fogo em pneus e fecharam uma avenida. Os militares chegaram a usar gás lacrimogêneo.
O tenente-coronel Pessanha, comandante do batalhão em Guarapari, informou que uma “quantidade razoável” de policiais militares voltaria ao trabalho no início da noite. Segundo ele, são policiais que chegam em um novo turno e não passam por dentro do batalhão, indo direto às ruas.
Os homens do Exército começaram a atuar em patrulhas das ruas e em revistas de suspeitos. Sem a Polícia Militar desde o último sábado, o estado registra uma onda de violência que coloca a população em pânico. De acordo com o Sindicato da Polícia Civil, foram 75 assassinatos apenas na Grande Vitória desde o início dos protestos, contra quatro no mês de janeiro inteiro. Durante os últimos dias cenas de vandalismo, saques à comércios e assaltos à mão armada no Espírito Santo se espalharam pelas redes sociais e uma campanha para pedir a volta do policiamento ganhou força.
PM desmente boate de paralisação na sexta
O comando da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro desmentiu as informações publicadas nas redes sociais, nesta terça-feira, de que os militares entrariam em greve geral a partir da próxima sexta-feira com a autorização do comandante geral, coronel Wolney Dias. Durante toda terça-feira, circularam na internet diversas mensagens atribuídas à PM, solicitando que a população do estado do Rio evite sair de casa a partir de sexta-feira. No entanto, a página oficial da Polícia Militar no Facebook confirmou que os “comunicados” são falsos.
Procurado pela equipe de reportagem, o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar de Campos (8º BPM), tenente-coronel Fabiano Santos, tranquilizou a população e disse que os policiais lotados no batalhão irão manter o expediente sem alterações. “Até o momento não temos informações a respeito de paralisações de servidores ou de ações de bloqueio motivadas por seus familiares. Nós do 8º BPM iremos continuar trabalhando normalmente”, disse o comandante.
O comando geral da Polícia Militar informou ainda que está conscientizando seus integrantes das consequências de uma paralisação. “Protestos são legítimos, mas estamos buscando outra forma de reivindicar nossos direitos. Comandantes de Unidades estão reunindo a tropa para alertar sobre os males incalculáveis e irreparáveis que nossa ausência causaria. Paralisar um serviço essencial afetaria toda a população, incluindo nossas famílias”, disse a nota oficial.
A equipe de reportagem tentou contato com a secretaria de Estado de Segurança, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
 

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