A base aliada do governo Luiz Inácio Lula da Silva não tem votos suficientes na Câmara, atualmente, nem para aprovar o regime de urgência para os projetos do pacote de corte de gastos. A afirmação partiu do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), nesta quarta-feira (4), que fala em "turbulência interna".

O governo enviou os textos ao Congresso na última semana e conta com a aprovação das propostas ainda este ano para enviar uma sinalização de responsabilidade fiscal ao mercado, que aguarda movimentação do governo do PT.

Para aprová-lo, o plenário da Câmara precisa atingir a chamada maioria absoluta, neste caso, obter no mínimo, 257 votos — mesmo quórum necessário para aprovação de um projeto de lei complementar.

"[É] um momento de muita instabilidade, de muita ansiedade, de muita turbulência interna, por causa desses acontecimentos que não são inerentes ao convívio harmônico, constitucional, de limites entre os Poderes, principalmente nas suas circunscrições do que pode ou não fazer. Você nunca vai ver um deputado julgando alguém, ou condenando alguém num tribunal, como também não deve ver nunca um juiz legislando", acrescentou.

Por outro lado, Lira também afirmou que, embora haja turbulências na negociação política, ele colocará os pedidos de tramitação acelerada em votação ainda nesta quarta.