Tezeu Bezerra: "Teremos bons representantes"
Aluysio Abreu Barbosa, Edmundo Siqueira, Cláudio Nogueira e Mário Sérgio Junior - Atualizado em 21/05/2024 22:35
Tezeu Bezerra no Folha no Ar
Tezeu Bezerra no Folha no Ar / Divulgação
O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Tezeu Bezerra, foi o entrevistado do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, dessa terça-feira (21) e anunciou que está pré-candidato a vereador pelo PT. Ele também analisou os nomes cogitados pelo seu partido para a disputa majoritária e afirmou que, independentemente da escolha entre Jefferson Manhães, Helinho Anomal ou Carla Machado, cuja candidatura é incerta devido à tese do “prefeito itinerante”, o PT estaria muito bem representado, pois a legenda debate projetos e não uma estrutura de poder. Sobre a situação jurídica da deputada estadual e ex-prefeita de São João da Barra, Carla Machado, o sindicalista disse que o Tribunal Superior Eleitoral irá definir. Tezeu afirmou, ainda, que as 25 vagas da nominata estão preenchidas e com bons representantes, na tentativa de construir algo diferente para Campos. O pré-candidato também falou sobre o conservadorismo em Campos, que para ele é propagado nas redes sociais por meio de desinformações.
Correntes do PT — O PT não é um partido de uma pessoa, de que alguém manda no PT. O PT é construído a várias mãos. E a gente, quando faz esses debates internos, você tem três pessoas extremamente qualificadas, que estariam ali, eu diria, representando muito bem o Partido dos Trabalhadores na eleição. A Carla, com toda sua experiência histórica de gestão, gestora, teve aqui há dois programas atrás, na última sexta-feira, assisti atentamente o programa. O Jefferson, que tem um histórico já de boa gestão à frente do IFF, que inclusive nos governos Bolsonaro e do Temer, que foram governos difíceis para a Educação e para as universidades, ele conseguiu manter nível de investimento no IFF, conseguiu ter a capacidade de diálogo que precisa ter para conseguir isso. E tem o Helinho que tem uma experiência também histórica grande na negociação sindical, já foi aqui algumas vezes representante do PT em eleições. Foi vice na chapa de Arnaldo, que não foi qualquer candidato a prefeito. O Arnaldo é, de fato, um dos prefeitos mais bem lembrados pela sua gestão aqui no município. Então, nós temos quadros que debatem internamente, não por uma estrutura de poder, mas por um projeto. Um projeto onde as pessoas sejam mais vistas, sejam muito mais lembradas, as pessoas estejam no centro do debate e não somente a economia, o royalties, as pessoas. Hoje eu acho que falta muito esse olhar das pessoas. A gente vive uma gestão onde muitas vezes a estrutura, e aí a gente fala muito do asfaltar o asfalto. Que foi o que a gente viveu, está vivendo aqui nessa região central da cidade. E muitas vezes as pessoas não tem o saneamento básico. Será que era melhor ter asfaltado o asfalto ou feito um saneamento básico em um lugar que não tem esse atendimento? Ou alguma outra obra estruturante pra cidade? Então, o PT debate projetos. E nessa construção dos projetos, pode ter certeza que se for o Jefferson, se for a Carla, se for o Helinho, ele vai estar representando um projeto coletivo do Partido dos Trabalhadores. Então eu tenho muita tranquilidade.

Decisão partidária — Acho que não tem data ainda, a data limite é 15 de agosto. Claro que é ruim, a gente sabe que é ruim a gente adiar tanto esse debate, porém, ao mesmo tempo, a gente tem tranquilidade que os trâmites internos do partido, eles sempre tiveram a sua importância, a sua força e a gente vai colocar. A Carla, ela chega já com dois dígitos nas pesquisas que são apontadas, mesmo sem ela anunciar que era pré-candidata. Agora, ela, sexta-feira, anunciou aqui, em primeira mão, de forma mais oficial, essa questão da pré-candidatura dela. O Jefferson também já tem dialogado sobre isso há algum tempo e representa também muito bem o projeto. O Helinho também, com toda a sua história, sem dúvida, representa muito bem esse projeto. Às vezes, essa burocracia interna, esse debate interno, ele nos faz chegar mais fortes nesse debate.

Pré-candidatura a vereador — É a primeira vez que publicamente eu vou me manifestar sobre isso. De fato, depois de um debate coletivo, todo o histórico que nós tivemos com o Zé Maria nas últimas três eleições, que teve votações expressivas aqui em Campos, toda a diretoria do sindicato, a gente debatendo isso e com a categoria, colocando a importância que tem a política, eu, de fato, depois de muito diálogo, muita construção, eu declaro aqui que estou pré-candidato pelo PT a vereador de Campos. É um passo importante porque o PT é uma responsabilidade grande. Primeiro, pelo histórico que tem o Sindipetro no desempenho, digamos assim, eleitoral desde o Antônio Carlos Rangel, que também sempre disputava. O Renatinho, que apesar de não ser diretor do sindicato, era da base, teve o apoio. E a gente, então, colocando aqui em primeira mão, eu sou pré-candidato a vereador em Campos pelo PT. Chego com muita disposição, muita vontade de tentar construir algo diferente, algo novo, aqui na Câmara de Vereadores, onde a gente, por muitas vezes, se decepciona com o nível do debate, com a forma como as coisas são colocadas, com a falta de projetos para a cidade, projetos coletivos, de um olhar especial para quem mais precisa. Ficamos muito naquele miudinho de situação, oposição, as picuinhas. E, de fato, a cidade muitas vezes não é debatida.

Nominata — Agora mais direta e oficial, na última entrevista que eu dei aqui ano passado, foi me perguntado isso, naquele momento estava fora do radar realmente. A gente está conseguindo agora, depois desse tempo, maturar melhor, conversar melhor. A gente esteve conversando com Zé Maria. Zé Maria é meu irmão, meu amigo, e vou ter o apoio dele naturalmente, toda a diretoria do sindicato, a gente vai tentar com a categoria petroleira que vai ser um pontapé inicial, mas aumentar esse embate, esse debate, a gente fortalecer a nominata e conseguir fazer agora com uma nominata muito mais estruturada. Teremos as 25 vagas da nominata preenchidas e com bons representantes. Não vou citar nenhum para não dar ciúme e nem cometer injustiça de esquecer alguém. Então, eu tô animado, vai ser um bom debate. E a gente vai tentar construir algo diferente, novo, aqui na nossa cidade.

Federação PT, PCdoB e PV — Essa construção que foi feita, pelo professor Luciano D’Angelo, que é uma fera de construir, professor que é matemático, já foi presidente do partido, já foi secretário municipal aqui em Campos e em Niterói também. Então é um cara que sem dúvida tem uma história e um legado aqui muito forte em relação à construção partidária, a construção do próprio município, como professor que foi do IFF, enfim... Foi o primeiro de muitos bons quadros que surgiram aqui na cidade. Então, o professor Luciano D’Angelo organizou isso, encabeçou essa discussão, o GT de nominata, como a gente citou, que a gente organizou internamente, como a gente organizou internamente no partido e aí todos os atores ajudaram, Carla ajudou, os companheiros do PC do B ajudaram, encabeçado pelo Michael, do PV também. Então a gente a gente tem feito esse debate de forma muito madura e a gente não vai mais ter o que aconteceu na eleição passada que o Zé Maria veio com a votação foi oitavo mais bem votado da cidade e infelizmente não conseguiu ocupar uma das 25 cadeiras do nosso parlamento municipal.

Situação de Carla Machado — Primeiro que quem define isso é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A gente pode especular, acho que o nosso papel é esse, debater e tentar entender a conjuntura e quais são os elementos que estão postos na conjuntura, mas quem define isso é o TSE. A Justiça tem o seu trâmite, ela tem a sua forma de agir. O fato é que o PT ele quer debater propostas para o futuro da cidade. O nome da Carla foi trazido até antes do PT colocar o nome dela. A própria população colocou e ela aparecia nas pesquisas e a partir disso a Carla também foi se animando. Então nós temos muita tranquilidade que a Justiça vai cumprir o seu papel. A Carla em si, a própria entrevista dela, se mostrou muito tranquila em relação a isso. Ao mesmo tempo, tem pessoas que têm certeza que ela não pode, tem pessoas que têm certeza que ela pode. Então, é um debate complexo. Eu não sou jurista, eu não sou advogado. Eu confio também nos advogados do partido que debatem isso. Ao mesmo tempo que a lei fala da questão que não pode… Iria ser uma terceira reeleição, digamos assim... Ao mesmo tempo, não está claro na lei se sendo eleito deputado na eleição do meio, como é que fica essa situação? Então são questões que estão no ar e vão ser debatidas. Não vai ser nem um advogado de Campos, nem uma opinião minha ou de vocês que vai mudar isso. Então no momento certo a Justiça vai definir e a Carla vai vir ou não. Como eu disse, o principal é que o PT tem projeto para Campos e é claro que a Carla, sem dúvida, ela sai lá na frente pelo não sei quem é, pela gestão, pelas gestões que fez em São João da Barra, mas eu fico muito tranquilo também que o Jefferson vai ter todo afinco e o Helinho o mesmo afinco para debater isso aí, para colocar o nosso projeto para Campos na boca do povo. A Carla falou na sua entrevista de vários legados que foram deixados em São João da Barra e aí é só uma pequena demonstração do que ela tem e pode proporcionar para Campos. Mas como o Jefferson até semana passada vi ele em Maricá, falando sobre o transporte público de Maricá, que é gratuito, sobre várias iniciativas que tem Maricá, que é uma gestão do PT, inclusive também muito fortalecida pelos royalties de petróleo, e são exemplos que podem ser seguidos por Campos.

Conservadorismo — Nos últimos anos, a gente passa por uma influência de rede social, de WhatsApp e de desinformação muito pesada. E aí, de forma bem tranquila, a gente viu os gabinetes do ódio, toda a rede de fake news que foi desmontada, no ano de 2022, durante a eleição, todo um trabalho que teve o TSE. E que tem hoje, por exemplo, com o Rio Grande do Sul, dentro de várias ações que estão sendo feitas, o presidente Lula não está passeando de jet ski enquanto tem uma catástrofe em algum lugar e as pessoas estão sofrendo. O presidente Lula foi lá de pronto com Lira, com Pacheco, com 12 ou 13 ministros. Assim que aconteceu o desastre, ele foi para o Rio Grande do Sul para poder ver os problemas e falar para o povo gaúcho ‘olha, eu tô aqui, podem contar com o governo federal’. Então, a gente vive um período de desinformação através da rede social. É o WhatsApp que propaga informações, infelizmente, sem filtro. Muitas vezes, o Instagram, o YouTube, o Twitter, então, que é uma terra sem lei. Ou pelo menos quer que assim seja o Elon Musk, que é o X agora. Então, essa desinformação fez muitas vezes com que aflorassem sentimentos, e eles trabalham com ódio, com raiva, com pautas falso-moralistas, que mexem com o íntimo das pessoas. E eu acho que todas as cidades acabam tendo essa influência. Então, eu acho que o desafio é muito maior do que o PT ser bem visto ou mal visto. Eu acho que a gente tem um desafio de reconciliar, de reconstruir o nosso pacto moral quanto sociedade de ter a divergência de ideias com respeito. Eu acho que essa é a nossa grande missão. As pessoas podem pensar diferente, as pessoas podem ter um pensamento econômico diferente, um pensamento social diferente. As pessoas podem e têm que debater o futuro da sociedade com ideias. (…) E eu acho que a nossa missão é essa, é tentar repactuar no nosso meio, na nossa cidade, esse espírito de diálogo e de diferenças de ideias. Que as diferenças elas fazem a gente crescer e, sem dúvida, mesmo com esses números, a gente teve aqui, no primeiro turno, 93 mil pessoas que votaram no Lula na eleição passada e mais de 100 mil pessoas que votaram no Lula na eleição passada. Então, você tem uma grande massa que, com todas as desinformações que foram feitas, conseguiram ter discernimento no momento e votar diferente do que a maioria votou.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS