Casal suspeito pela morte da própria filha, de 3 meses, é preso em Itaocara
26/07/2022 09:04 - Atualizado em 26/07/2022 16:32
Delegado Carlos Augusto Guimarães concedeu coletiva
Delegado Carlos Augusto Guimarães concedeu coletiva / Mario Sergio Junior
Policiais civis da 135ª DP, de Itaocara, prenderam um casal suspeito pela morte de uma bebê de apenas três meses de vida. A prisão aconteceu na manhã desta terça-feira (26), com apoio da Polícia Militar. Segundo a Polícia Civil, Gabriel da Silva dos Santos Ferreira, de 24 anos, e Vitória Carvalho Borges Barria, de 21 anos, são os pais da criança. Helena Borges Ferreira morreu na última sexta-feira (22) e desde então o caso é investigado. O delegado titular da 135ª DP, Carlos Augusto Guimarães, concedeu uma coletiva nesta terça, na sede da 6ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), e chegou a tratar o caso como um crime bárbaro e covarde. Contra os suspeitos, foram expedidos mandados de prisão temporária.
De acordo com o delegado, o pai da criança, em um primeiro depoimento, alegou que a menina era portadora de doença hematológica, o que justificaria a existência de manchas roxas no corpo, mas exames preliminares da necropsia identificaram fatura na tíbia, no fêmur e traumas na cabeça, com edema cerebral. 
"As investigações apontaram que a criança vinha sendo agredida fisicamente pelo pai por diversos dias, pois apresentava lesões corporais com estágios diversos de evolução, caracterizando a Síndrome de Silvermann (criança espancada). As agressões do pai contavam com a omissão penalmente relevante da mãe. Foram anexados aos autos do inquérito farta documentação médica dos tratamentos realizados na criança que comprovam as lesões sofridas, inclusive com fraturas de tíbia e fêmur", informou a Polícia Civil.
Segundo Carlos Augusto, a fratura de tíbia foi constatada no dia 30 de junho, quando a mãe levou a criança a um ortopedista. Já no dia 08 de julho foi apontada uma fratura no fêmur. "Nós apuramos que a criança teve um atendimento, após a mãe constatar um inchaço no pé, com um ortopedista. E o ortopedista, num primeiro atendimento, constatou uma fratura de tíbia no dia 30 de junho. Já na semana seguinte, no dia 08 de junho, o mesmo médico constatou outra fratura, desta vez no fêmur. Ou seja, isso só corroborou com a nossa tese investigativa de que realmente a criança era maltratada, era espancada. Esse médico também orientou a mãe a levar a criança para ser imobilizada, diante das fraturas, coisa que ela não fez", explicou o delegado ao acrescentar que em outra ocasião a bebê foi levada para um hospital em Itaperuna, onde o Conselho Tutelar foi alertado, iniciando o acompanhamento do caso.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, "também foram colhidos relatos de diversos profissionais da área de saúde que tiveram contato com a bebê, tais como ortopedista, hematologista, bem como a equipe médica que recebeu a criança já sem vida no hospital, sendo unânimes em afirmar as agressões por ela sofridas e confirmadas pelo perito legista".
Ainda na coletiva, o delegado informou que alguns parentes foram ouvidos e disseram que chegaram a desconfiar de atitudes suspeitas do pai da bebê. Carlos Augusto também informou que o pai impediria que os parentes tivesse contato próximo com a criança. "O Gabriel também foi indagado se alguma vez teria deixado a criança cair no chão e ele falou que não. A criança não ficava sob os cuidados de terceiros ou outros parentes, muito pelo contrário ele proibia a aproximação de parentes, pessoas ligadas a companheira. Inclusive, um parente que é enfermeiro tentou cuidar da criança, uma outra parente também se prontificou a cuidar da criança, e ele impedia essa aproximação", disse.
O delegado também informou que, segundo laudo do IML, a causa da morte foi contusão abdominal com lesão hepática, lesão do pâncreas e hemorragia peritoneal e retroperitoneal, além de contusão do crânio com edema cerebral provocados por ação contundente. 
Gabriel e Vitória serão encaminhados para a audiência de custódia, onde ficarão à disposição da Justiça.

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