Venda de água mineral aumentou nas últimas semanas em Campos
Nas últimas semanas, a venda de água mineral aumentou em Campos. A situação foi impulsionada depois de os campistas identificarem gosto e cheiro atípicos na água das torneiras, o que, segundo laudos, tem sido causado pela proliferação de algas, que geram o composto Geosmina, mas que não apresenta risco para a saúde. Por conta da alta demanda, a secretaria municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) tem realizado fiscalizações em estabelecimentos para acompanhar se, após a grande procura, o preço foi reajustado ou se está havendo variações. Mas, segundo o órgão, até o momento, não foram identificados abusos nos valores da água mineral. O galão de 20 litros custa, em média, R$ 7 e a garrafa de 1,5 litro está saindo a R$ 2,69.
A aposentada Josélia Maria Gomes, de 66 anos, conta que sempre consumiu água mineral em casa. Ela ressalta que o preço do galão de 20 litros continua o mesmo, saindo a R$ 7. A mudança identificada por ela foi apenas em relação ao tempo de espera para receber a água, mas que foi avisada pelo estabelecimento do aumento da demanda.
— Antes, eu pedia pela manhã e já recebia após uma hora, no máximo. Hoje, a entrega já não tem hora. Eles já avisam que não podem dizer o horário que vão conseguir entregar, porque são muitas entregas no dia. Eu já cheguei a receber a água quase 22h, o que antes nunca havia acontecido — disse.
Em algumas redes de supermercados, que só comercializam água mineral de 1,5 litro ou de 500 ml, o aumento da demanda foi visto com a falta dos produtos nas prateleiras. Natália Lima, de 34 anos, funcionária pública, diz que em sua casa é utilizado o purificador de água, e que nunca teve hábito de comprar água mineral para o consumo da família. Mas, nas últimas semanas, passou a comprar. Segundo ela, a dificuldade foi de encontrar um local que vendesse o galão de 20 litros vazio, já que os estabelecimentos vendem o líquido.
— Eu não conseguia achar um lugar que vendesse o galão junto com a água, já que eu não tinha em casa. Cheguei a comprar várias garrafas de 1,5 litro, mas até isso foi ficando difícil. Depois de procurar em alguns locais, eu consegui comprar o galão, mas o preço estava um pouco acima do comum. Eu descobri perguntando a algumas pessoas que já consomem. Sobre o preço da água, eu soube que se mantém, não teve aumento — contou Natália.
O Procon afirma que, além de fiscalizar a questão do preço, acompanha o caso junto à concessionária Águas do Paraíba, responsável pelo abastecimento, e aos órgãos que fazem a análise da água. O órgão faz um apelo à população para que indique quais os estabelecimentos estão aumentando os preços em razão desse fato.
— Quando recebemos denúncias, encaminhamos os fiscais aos locais, mas, até agora, a gente não conseguiu encontrar algum estabelecimento que tenha abusado dos preços em razão do problema. Ao contrário, alguns supermercados até fizeram promoções de água por causa da procura — afirmou o secretário municipal de Proteção e Defesa do Consumidor, Carlos Fernando Monteiro. (C.V.)
Fotos: Rodrigo Silveira