Saulo Pessanha
23/04/2024 08:11 - Atualizado em 23/04/2024 15:21
Anos 70. J. Porto, repórter de polícia do jornal Monitor Campista, chega para o médico legista Nilson Cardoso e pergunta: — Quantas autópsias o senhor já fez em pessoas mortas? Pacientemente, Nilson responde. — Todas as autópsias que eu faço são em pessoas mortas.
J. Porto gosta da conversa. E manda outra pergunta: — A que horas o senhor começou a autópsia do cadáver de Seniltz Gomes da Paixão (comerciante, assassinado, vítima da chacina da rua Dr. Beda)? —Às 8 horas e 30 minutos. — E Zeniltz já estava morto naquele momento? — Não. Estava sentado sobre a mesa e se perguntava o porquê de estar lhe fazendo uma autópsia.
Outra de J.Porto. Ele vira para Nilson Cardoso e pergunta: — Doutor, antes de ter começado a autópsia o senhor verificou o pulso? — Não. — Verificou a pressão sangüínea, a pressão arterial? — Não. — Tinha certeza de que o paciente não respirava? — Não. — É possível que o paciente ainda estivesse vivo, enquanto o senhor fazia a autópsia? — Não. — E como pode ter tanta certeza, doutor? Nilson Cardoso, tolerante, responde: — Porque o que restou do cérebro estava dentro de uma vasilha sobre a minha mesa. — Não obstante o paciente poderia estar ainda vivo? — insistiu J. Porto — Sim, é possível que estivesse vivo e praticando a profissão de repórter em algum lugar...