Depois da família, empresa do ramo imobiliário nega compra do Solar dos Airizes
Edmundo Siqueira - Atualizado em 13/07/2022 22:42
João Pimentel - Campos dos Goytacazes em Fotos
A empresa ABMais Urbanismo, sediada em São Paulo, negou nesta quarta-feira (13) a compra do Solar dos Airizes, casarão histórico localizado na BR-356, que liga Campos a São João da Barra. Na segunda (11), a família Lamego, proprietária do Solar, também havia negado a suposta negociação.
O Solar, que ficou conhecido pela lenda da “Escrava Isaura”, tem ruína anunciada há alguns anos. Primeiro imóvel em Campos tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Solar dos Airizes é um importante elemento de educação patrimonial e representa alto valor afetivo para muitos campistas.
Em resposta a este espaço, a ABMais emitiu uma nota, onde esclarece que “possui um projeto para desenvolvimento de mais um empreendimento imobiliário na cidade” (a empresa lançou empreendimento residencial em 2021, em Campos), mas que “não engloba a área do Solar dos Airizes”.
Ainda em nota, a ABMais diz que o novo negócio é “próximo” ao Solar, mas descarta que o patrimônio esteja inserido. Ressalta ainda que é “uma empresa pautada pela seriedade, correção”, que respeita os “patrimônios materiais, imateriais, históricos e artísticos do país e da humanidade”.
Solar dos Airizes não pode ser comprado
Em junho de 2020, um processo da 3º Vara Federal de Campos transitou em julgado, quando não cabem mais recursos. Na decisão, a justiça determinou a prefeitura de Campos como responsável pelo restauro do Solar e que determinasse seu uso, assegurando o interesse público.
Qualquer negociação que envolva, hoje, o patrimônio histórico-cultural Solar dos Airizes, deve necessariamente envolver a prefeitura e o Iphan. Sem anuência e aprovação de ambos, não passa de especulação.
Apesar de não possuir reponsabilidade pelo restauro do bem atualmente, a família Lamego é a proprietária do Solar e das terras que o abriga. Sobre as negociações com a ABMais, também negou a informação: “Não procede. O Solar é totalmente da família, e a intenção é entregá-lo ao município para que seja usufruído por toda a sociedade”.
Sobre o desejo de entregar o Solar ao município e da negativa de venda para empresas do ramo imobiliário, o representante dos proprietários finaliza:
— O solar pela sua dimensão histórica e física, não caberia em um projeto privado.
Especulações nesse sentido, só servem para desviar o foco. O destino do Solar já foi definido pela justiça que aguarda o cumprimento pelo município.

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