Deputados vão ao TSE para sair do União Brasil sem perder o mandato
Rodrigo Gonçalves 11/04/2023 14:36 - Atualizado em 11/04/2023 14:37
Daniela do Waguinho e o marido apoiaram Lula
Daniela do Waguinho e o marido apoiaram Lula / Divulgação
Como mostrado aqui no blog e na Folha da Manhã, no último sábado (8), as movimentações para uma nova composição do União Brasil no estado do Rio de Janeiro, continuam rendendo desdobramentos na política fluminense.
Como divulgou o G1 nesta terça-feira (11), parlamentares entraram com um pedido de desfiliação partidária, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por suposto assédio. Presidente do partido disse que 'diretório não pode se comportar à revelia da direção nacional.'
O primeiro a sair do partido foi o próprio presidente da legenda no estado, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, que já está filiado ao Republicanos, inclusive com a especulação que ficará à frente do diretório estadual. Já no União, conforme também mostrado pelo blog no sábado, a presidência da sigla no Rio foi ofertada ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, Rodrigo Bacellar (PL), o que mudaria, inclusive, os planos do prefeito Wladimir Garotinho (sem partido) em contar com o apoio certeiro da legenda a sua base à reeleição em 2024.
Esposa de Waguinho, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro também quer sair do União, junto com outros cinco parlamentares. No pedido feito ao TSE, eles alegam que, já pensando na realização das convenções municipais, tentaram fazer a filiação de eleitores visando o fortalecimento da sigla no Rio de Janeiro, mas foram surpreendidos com o bloqueio de senhas do diretório estadual.
"Inexcusável obstrução política (...) A medida [de bloqueio de senhas] imposta pelo Presidente Luciano Bivar e seu Vice, Antônio Rueda, não passou por consulta à direção nacional, da qual também faz parte o secretário-geral (...) Cumpre repisar que o arbitrário impede a formação e consolidação das bases do partido no estado, bem como qualquer iniciativa dirigida à preparação para as eleições municipais (2024) e geral (2026) ", citam os deputados.

Assinam a ação:

Daniela Carneiro
Chiquinho Brazão
Juninho do Pneu
Marcos Soares
Ricardo Abrão
Dani Cunha

Na ação, os parlamentares também pediram que as desfiliações sejam acompanhadas de decisão pela perda de parte do tempo de TV e do fundo partidário do União Brasil.
E citam que foram insultados e ameaçados, com frases como: "tomara que saia do partido", "ninguém presta", "prefiro começar o partido do zero no Rio" e "vou expulsar fulano".
Os parlamentares também acusam os dirigentes de querer constituir apenas "comissões provisórias formadas por aqueles que lhe forem submissos, visando obter o controle absoluto do Partido."
No TSE, o processo foi remetido ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta nesta terça-feira (11).
Ao ser questionado se Daniela Carneiro corria o risco de perder a pasta do Turismo, o ministro do Desenvolvimento, Wellington Dias (PT), afirmou que "a composição do governo depende de entendimento entre líderes e partidos".

Para ele, não fragiliza a permanência de Daniela Carneiro no governo a partir da desfiliação do União Brasil. "Ela tem o seu mérito. O conjunto de líderes tem uma relação. Tudo isso vai ser levado em conta."

O outro lado
O presidente da União Brasil, Luciano Bivar (PE), afirmou ao G1 que é uma prerrogativa do partido articular com os diretórios uma política única. “Se quer fazer uma política diversa do partido, o partido pode usar dos meios para buscar o alinhamento”.
Segundo Bivar, o problema do Rio é local e o partido não quer interferir, mas o diretório não pode se comportar à revelia da direção nacional.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Rodrigo Gonçalves

    [email protected]