Nomes confirmados para governos
15/11/2018 15:33 - Atualizado em 19/11/2018 14:28
Passada a campanha, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) tem pouco tempo para acertar os detalhes para o início dos trabalhos no seu futuro governo, que começa daqui a um mês e meio com grandes desafios e compromissos assumidos antes da eleição. O processo de transição de governo com o presidente Michel Temer (MDB) anda acontecendo a todo vapor, porém, o período tem sido marcado por desencontros entre membros de sua própria equipe e recuos de decisões já tomadas, como a fusão de alguns ministérios. Até o momento, o capitão da reserva já definiu os nomes de oito de seus futuros ministros e anunciou a criação de “superministérios” com plenos poderes para duas das figuras mais importantes para sua base: o economista Paulo Guedes e o juiz da Lava Jato Sérgio Moro.
Se a tarefa de Bolsonaro será difícil, no Rio de Janeiro o governador eleito Wilson Witzel (PSC) também não terá vida fácil. Crises na segurança pública, nas finanças e de corrupção têm abalado o estado nos últimos anos. Witzel também tem se reunido com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) para a transição e até agora confirmou 11 secretários do seu governo.
Além de Guedes, para o superministério da Economia, e de Moro para a Justiça e Segurança Pública, Bolsonaro também definiu os nomes de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil; a deputada e líder ruralista Tereza Cristina (DEM-MS) para a Agricultura; o astronauta Marcos Pontes para a Ciência e Tecnologia; o general Augusto Heleno para o gabinete de Segurança Institucional; o general Fernando Azevedo e Silva, para a Defesa; e o diplomata Ernesto Araújo para as Relações Exteriores. O general do Exército da reserva Oswaldo Ferreira chegou a ser confirmado como ministro de Infraestrutura, que agregará as áreas de transportes, portos, aviação civil, ferrovias, saneamento, recursos hídricos e mobilidade urbana, porém, ele desistiu. Agora, o principal cotado para o cargo é o também general da reserva Jamil Medid Junior.
Governador eleito terá desafios complexos
Assim como Bolsonaro, Witzel vai herdar graves e complexos problemas no do Rio de Janeiro e uma população que depositou esperanças em uma mudança radical na administração no estado. Neste período de transição, além de reuniões com integrantes do atual governo, o ex-juiz também participou de uma série de encontros com embaixadores e visitas institucionais à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), à Prefeitura da capital e ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Até o momento, Witzel confirmou 11 secretários de Estado e anunciou a extinção da secretaria de Segurança Pública, com os comandantes das polícias Civil e Militar ganhando status de secretários.
Na última quarta-feira, durante uma reunião entre os governadores eleitos e reeleitos, Witzel defendeu a prorrogação da recuperação fiscal até 2023. “Durante a campanha eu fiquei com a preocupação de que não estariam cumprindo as 20 metas e me foi informado, nós estamos apurando agora, que estão cumprindo as 20 metas, razão pela qual eu pretendo manter a lei de recuperação fiscal até 2020 e renová-la para mais três anos, até 2023”.
Onyx Lorenzoni - Ministério da Casa Civil
Em seu quarto mandato como deputado federal, o veterinário Lorenzoni será o braço-direito de Bolsonaro, ocupando o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, responsável pela supervisão das demais pastas e pela articulação política com o Legislativo. Com 64 anos, ele foi o segundo candidato à Câmara dos Deputados mais votado no Rio Grande do Sul.
Paulo Guedes - Ministério da Economia
O economista de 68 anos foi escolhido para comandar o superministério da Economia, que reunirá Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. Durante a campanha eleitoral, ele foi chamado de “Posto Ipiranga” pelo então presidenciável – uma referência à propaganda do posto de combustíveis em que todas as respostas são encontradas no local. É um defensor do liberalismo econômico.
Sérgio Moro - Ministério da Justiça e Segurança Pública
Juiz federal há 22 anos, Moro será responsável pela Polícia Federal, pelo Departamento Penitenciário Nacional e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros. Graduado em direito pela Universidade Estadual de Maringá, é mestre e doutor pela Universidade Federal do Paraná. Ganhou notoriedade ao condenar à prisão o ex-presidente Lula.
Tereza Cristina - Agricultura
Deputada federal, foi indicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para o cargo. Ela é formada em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e é a atual líder da bancada ruralista no Congresso. Em Mato Grosso do Sul, foi secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo entre 2007 e 2014.
Marcos Pontes - Ciência e Tecnologia
Primeiro astronauta brasileiro e sul-americano a ir ao espaço, foi tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB). Suplente do senador Major Olímpio (PSL), foi escolhido por Bolsonaro para comandar a pasta. Graduado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Pontes já foi embaixador das Nações Unidas para o desenvolvimento industrial.
General Augusto Heleno - Gabinete de Segurança Institucional
Oficial da reserva, 71 anos, mesmo cotado para ser ministro da Defesa, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (CGI) pela proximidade ao presidente eleito. Heleno foi comandante militar da Amazônia, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia e é um dos nomes de confiança da equipe de Bolsonaro. As principais funções do futuro ministro do CGI serão zelar pela segurança pessoal do presidente da República e pelo setor de inteligência, além de prevenir crises governamentais.
General Fernando Azevedo e Silva - Ministério da Defesa
Foi chefe do Estado-Maior do Exército e desde setembro ocupa o cargo de assessor especial do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O general da reserva tem um extenso currículo dentro das Forças Armadas, incluindo o cargo de comandante militar do Leste e a liderança de tropas em missão no Haiti.
Ernesto Araújo - Ministério das Relações Exteriores
O diplomata atua como diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty e, apesar de ter alcançado a posição de embaixador, jamais conduziu uma embaixada brasileira. Durante a campanha eleitoral, Araújo defendeu abertamente a candidatura de Bolsonaro e chamou o PT de “partido terrorista”.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS