Com risco iminente de epidemia, Campos ainda aguarda vacina contra dengue
Em meio ao crescimento de casos de dengue em Campos, e em um cenário de epidemia no Estado do Rio, o município ainda não tem uma previsão do Ministério da Saúde para receber a vacina contra a doença transmitida pelo Aedes aegypti. Até essa quinta-feira (22), Campos confirmou 587 casos de dengue e 25 de chikungunya. Segundo a Prefeitura, o crescimento sustentado dos casos de dengue tem aumentado os riscos de epidemia, que deve ser decretada muito em breve. Enquanto não há certeza de quando chegará o imunizante, a Prefeitura segue com mutirões como forma de combate ao mosquito transmissor. Nessa sexta-feira (23), a secretaria municipal de Saúde informou que município está adotando o diagnóstico clínico-epidemiológico para a dengue, sem a necessidade de exames.
O Governo do Estado do Rio recebeu, nessa quinta, o primeiro lote de vacinas contra a dengue, enviado pelo Ministério da Saúde. Foram 231.928 doses. Essa primeira remessa foi destinada a crianças de 10 e 11 anos, em cidades da Região Metropolitana I, que inclui a capital e 11 municípios da Baixada Fluminense.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), não há previsão, por enquanto, de envio de vacinas para cidades do Norte Fluminense, incluindo Campos.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), não há previsão, por enquanto, de envio de vacinas para cidades do Norte Fluminense, incluindo Campos.
A equipe de reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, para saber se há alguma previsão para que o imunizante chegue a Campos, mas nenhuma resposta foi dada até o fechamento da edição.
Mutirões - Nessa sexta, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) fez mutirões no IPS, em Goitacazes e na Tapera. No IPS, cerca de 30 agentes atenderam uma média de 1.016 imóveis.
A aposentada Amélia Lima, de 73 anos, abriu as portas de sua casa. “Eu sabia do mutirão pela mídia e estava no aguardo deles. Sempre vigio o quintal, os ralos, mas é importante deixar que os agentes entrem e nos auxilie”, disse.
Tratamento - O diagnóstico clínico-epidemiológico será feito por um médico a partir da apresentação de sintomas claros da doença no paciente. O diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, explicou como funciona o critério. “A partir do aumento mantido no número de casos, além do risco de epidemia da doença, não é mais uma condição essencial a confirmação laboratorial. Um caso de dengue pode ser detectado com uma confirmação clínico-epidemiológica, isso ajuda no diagnóstico precoce e acelera o tratamento da doença”, disse.
Norte Fluminense tem 1.698 casos prováveis da doença
Com quase 50 mil casos, o Governo do Estado decretou epidemia de dengue na última quarta-feira (21). Desse total, 1.698 casos prováveis da doença estão concentrados na região Norte Fluminense.
Segundo a SES-RJ, até 22 de fevereiro, foram registrados 566 casos prováveis de dengue em Macaé; 544 casos em Campos; 466 em São Francisco do Itabapoana; 35 em São João da Barra; 32 em São Fidélis; 24 em Quissamã; 22 em Conceição de Macabu; e 9 em Carapebus.
“Os sorotipos identificados no estado, nos casos de contaminação pelos vírus, são dos tipos 1 e 2, sendo o 1 o prevalente. Em 2024, até o momento, foram registrados, na Região Norte, 16 casos de chikungunya. Não há registro de casos de zika este ano”, informou a pasta.
Por conta do avanço da doença, o estado criou um Centro de Operações de Emergência (COEs) Dengue para ampliar e agilizar a organização de estratégias de vigilância contra a doença. O COEs fica na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), no Rio Comprido, na Zona Norte.
Agora, o objetivo é unir todos os setores de saúde, inclusive a Vigilância Sanitária, para dar uma resposta rápida para os municípios. Além disso, haverá ampliação de salas de hidratação em 22 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) municipais e estaduais.