Alerj volta como termômetro entre Bacellar e Pampolha já no clima de 2026
03/02/2024 09:39 - Atualizado em 03/02/2024 09:40
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Volta da Alerj
Acontece na próxima terça-feira (6), às 15h, no tradicional Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a sessão plenária de abertura do ano da Casa. O fim do recesso para os deputados estaduais aconteceu oficialmente na última quinta-feira (1º). À frente da Alerj, o campista e presidente Rodrigo Bacellar (União) deve receber representantes do Governo do Estado para a leitura da mensagem do Executivo, no entanto, até essa sexta, ainda não havia a confirmação da presença do governador Cláudio Castro (PL) e do vice Thiago Pampolha (União, mas a caminho do MDB).
Termômetro
Nos bastidores há quem diga que a primeira sessão será uma espécie de termômetro de como anda a relação entre Bacellar e Pampolha, diante de um clima de disputa antecipada para a sucessão de Castro. Se antes o papo era de que o governador andava com a relação estremecida com o presidente da Alerj, agora o disco virou, com apontamentos de que a reaproximação dos dois e o desejo mais evidenciado de Bacellar em se tornar o próximo chefe do Estado fez com que Pampolha buscasse apoio mais acima, em Brasília, para tentar, no MDB, ser o candidato em 2026. Sua ficha de filiação deve ser assinada na capital federal no próximo dia 8.
Medindo força
Com Rodrigo trocando o PL pelo União e, mais do que isso, passando a ser o cabeça do partido no estado do Rio, Thiago se viu sem espaço na sua sigla. Ciente de que, se quiser realmente vencer para governador em 2026, precisa mostrar a sua força agora em 2024, ajudando a prefeitos que, no futuro, o devolverão o apoio, o vice-governador já teria carta branca do MDB, pelo menos em Brasília, para entrar de cabeça em muitas disputas também pelo interior fluminense.
Prefeito do MDB
Em Campos, onde o MDB já tem garantido o repeteco de Frederico Paes como vice do prefeito Wladimir Garotinho (PP) na disputa deste ano para um segundo mandato, os reflexos poderiam ser ainda maiores em 2026. Isso porque, com a saída natural de Wladimir para uma nova disputa, ao Rio ou a Brasília, a Prefeitura passaria a ser comanda por Frederico, que é do MDB. Não é segredo, e já mostramos algumas vezes nesta coluna, que as movimentações na capital envolvendo Pampolha, inclusive, foram o que acentuaram a crise em Campos entre os Garotinhos e Bacellar.
Reflexo I
Após um encontro de Wladimir com Pampolha, em julho de 2023, o nome do prefeito campista passou a ser noticiado como um possível vice na chapa de Pampolha em 2026, o que não teria agradado Rodrigo Bacellar, já que vivia uma pacificação com Wladimir em Campos. O próprio prefeito, ao participar do Folha no Ar, da Folha FM 98,3, no dia 11 de agosto de 2023, confirmou que a reunião que teve na capital refletiu na planície e afirmou que brigas que eram do Rio não podiam refletir em Campos. “Rodrigo teria ficado chateado com o meu encontro com Pampolha”.
Reflexo II
Nos bastidores, a conversa é de que foi após a reunião de Wladimir com Pampolha, e a repercussão na mídia, que Bacellar convocou os vereadores do seu grupo para irem em uma van à capital, dando início oficial ao fim da pacificação, com a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), usada como um recado ao prefeito. Na ocasião, Wladimir disse ter conversado com Rodrigo e buscou entender a mudança de planos políticos do Bacellar. Durante um bom tempo se sustentou a tese de que o interesse de Rodrigo era o TCE e não o Governo.
De olho no TCE
No entanto, esta coluna também repercutiu uma recente reportagem da Folha de São Paulo, mostrando que as articulações do presidente da Alerj não passariam mais por uma vaga para ele mesmo no Tribunal de Contas do Estado, mas sim a um posto para Cláudio Castro. Com a medida, Bacellar evitaria a saída do governador para uma eleição ao Senado e a consequente posse de Pampolha como titular do Executivo, o que seria usado como capital político pelo atual vice. “Os deputados com quem conversei todos apoiaram a sugestão”, disse Bacellar à Folha de São Paulo sobre Castro no TCE.
Repercussão
O clima de tensão envolvendo Rodrigo e Thiago no entorno de Castro vem sendo noticiado quase que diariamente pela colunista Berenice Seara em seu novo espaço. Em recente nota, revelou que Bacellar já vem sendo chamado de governador por alguns colegas deputados, mesmo que de brincadeira. Em outra publicação, noticiou que Rodrigo e Castro “estão num momento ‘só love’, graças às desastradas movimentações de Pampolha, que anunciou a troca de partido no exato momento em que o governador e integrantes da família estavam sob intensa pressão — com a PF e o MP apertando investigações sobre corrupção”.

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    Rodrigo Gonçalves

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