Bacellar: volta da Alerj nesta terça, relação com Castro e articulação política
Rodrigo Gonçalves 31/07/2023 15:20 - Atualizado em 31/07/2023 15:23
Rodrigo Bacellar é o novo presidente da Alerj
Rodrigo Bacellar é o novo presidente da Alerj / Foto: Genilson Pessanha
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) volta a realizar sessões ordinárias nesta terça-feira (1), às 15h. Com uma pauta mais tranquila neste primeiro dia (divulgada aqui), o segundo semestre promete ser marcado por discussões importantes, como revelou o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), em entrevista de uma página para “O Globo” (aqui), onde falou das prioridades de votação e também sobre articulação política, falando da relação com o governo de Cláudio Castro (PL), principalmente na reorganização das finanças do Estado, que enfrenta queda na arrecadação.
“A volta aos trabalhos da Casa vai justamente neste sentido, de a gente reorganizar a questão de diversos fundos que o estado possui, como os da Polícia, dos Bombeiros e do Meio Ambiente. Enfim, porque não é escondido para ninguém que a gente teve uma queda brutal de arrecadação no estado. O Rio não pode parar de fazer investimentos, sob pena de a gente pagar um preço ainda maior pela recessão econômica. Acredito que o grande desafio é, junto com esse desejo nacional pela Reforma Tributária e a baixa das taxas de juros, deixar o estado mais pujante, ter dinheiro não só para manter os salários em dia e para tocar a máquina, mas também para permitir investimentos”, disse Bacellar ao repórter Marcelo Remigio de "O Globo".
Também na pauta da Alerj neste segundo semestre estão previstas as discussões sobre a implantação de emendas individuais impositivas por deputados, cuja a aprovação também foi abordada na entrevista por Bacellar.
“Eu sempre fui a favor das emendas, porque eu acho que esse é um direito do parlamentar. Independentemente da filosofia ou da questão partidária, é a maneira que ele tem de fazer política, é a maneira que ele tem de atender a sua base. Já colocamos na primeira discussão. Vou trazer de volta agora neste segundo semestre (...) Mas eu posso dizer que, na minha opinião, enquanto deputado e presidente da Casa, eu sou favorável às emendas e a que os 70 deputados sejam contemplados independentemente de ser oposição ou base”, ressaltou Rodrigo.
Aliado de Castro, inclusive ex-secretário estadual de Governo, Bacellar sabe do seu papel de articulação entre o Legislativo e Executivo, o que foi apontado como essencial à escolha dele para presidir Alerj. Na entrevista, Rodrigo não deixou de cobrar do governador uma postura mais ampla para atender o os aliados.
“A gente tem hoje uma base muito sólida de deputados que entendem o momento atual, em especial orçamentário e financeiro do estado. Às vezes, na minha opinião, apesar de eu ser aliado do governo, eu não deixo de falar aquilo que entendo que é o melhor. Acho que o bom amigo não passa a mão na cabeça. Ele fala a verdade. Eu acho que falta um pouco mais de atendimento do governador, atender os aliados. Já deixei isso claro para ele. Inclusive, pelo que eu sei dos últimos meses, o governo começou a dar uma atenção maior ao parlamentar, até porque o deputado é o para-choque da população. É muito mais difícil chegar ao governador do que ao parlamentar. De certa forma, a relação está arrumada, mas já dei esse toque muito respeitoso de que o governador tem que sair um pouco da bolha e voltar para o mundo real. Então, o mundo real é o fato de ouvir mais a rua”, avaliou Bacellar.
Sobre a relação com os prefeitos, principalmente porque ano vem tem eleição, Rodrigo defendeu um diálogo franco do governo com os municípios. “Ser muito sincero e objetivo. Eu não posso ter um saco com cem balas e prometer 150, porque a conta não vai fechar. Deixei isso claro para o governador, que a gente tem que chamar os prefeitos e falar: olha, a nossa realidade há um ano ou há dois anos era essa, e eu consegui te prometer isso. Mas a realidade mudou. Assim, do “X” que eu te prometi, agora eu só posso te entregar “Y”. Ser firme e muito direto e não contar história, para que o prefeito possa fazer a sua política lá na ponta, e a população possa ser atendida”, comentou o presidente da Alerj em outro trecho da entrevista ao O Globo.

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