Como os 3 a 0 de 1981 no Liverpool, cantados em alto e bom som pelos rubro-negros nos estádios, o ano de 2019 ficará marcado na história do Flamengo. Da tristeza pela morte de 10 jogadores das categorias de base em incêndio no Ninho do Urubu à euforia pela reconquista da América 38 anos depois, a maior torcida do planeta, reconhecida pela Fifa, não conseguiu esconder as lágrimas. Nem tinha motivo para fazê-lo. Foram meses intensos, com sonhos encerrados de forma trágica e outros realizados numa epopeia que quase levou o clube da Gávea de novo ao topo do mundo.

As chamas no Centro de Treinamento de Vargem Grande nas primeiras horas do dia 08 de fevereiro representaram o episódio mais triste dos 124 anos do Flamengo. Athila Paixão, Bernardo Piestta, Gedson Santos e Pablo Henrique Matos, de 14 anos; Arthur Vinícius Freitas, Christian Esmério, Jorge Eduardo Santos, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías, de 15; e Rykelmo de Souza Viana, de 17, são sempre lembrados pelos rubro-negros, citados em música como “10 estrelas a brilhar no céu do meu Mengão”. A mesma torcida aguarda o acerto financeiro do clube com as famílias das vítimas fatais. Até o momento, houve acordo com quatro delas. A Justiça determinou o pagamento de R$ 10 mil como pensão aos parentes do garotos mortos até que as demais indenizações sejam firmadas.

Dentro de campo, em janeiro o Flamengo conquistou a Copa da Flórida, torneio amistoso que também contou com o Ajax (HOL) e o Eintracht Frankfurt (ALE). Ainda comandado pelo técnico Abel Braga e já enlutado, ficou também com os títulos da Taça Rio e do Campeonato Estadual.

Os feitos maiores estavam reservados para o segundo semestre. Embalado desde os quatro jogos de Marcelo Salles como técnico interino e especialmente após a chegada do português Jorge Jesus, em junho, o Fla sobrou no Brasileirão. Quebrando diversos recordes, foi campeão na 34ª rodada sem estar em campo, com direito a 1 milhão de pessoas na avenida Presidente Vargas comemorando o bicampeonato da Libertadores, conquistado na véspera sobre o River Plate (ARG), em Lima, no Peru. Aos 43 e 46 minutos do segundo tempo, Gabriel Barbosa fez os dois gols da vitória de virada por 2 a 1.

Sonhar não custa nada. E foi sonhando que a delegação rubro-negra voou para o Catar. Em atuação digna, o Flamengo segurou o poderoso Liverpool (ING) até a prorrogação, onde o brasileiro Roberto Firmino decretou o placar de 1 a 0 favorável aos ingleses, fazendo revanche de 1981. O bi mundial foi adiado. Mas, para uma torcida reacostumada a vencer, não parece mais tão distante.

Único representante de Campos a alcançar as fases principais na Série A do Campeonato Estadual de futebol em 2019, o Americano não conseguiu repetir o sucesso da fase preliminar nas Taças Guanabara e Rio, retornando para a já iniciada Seletiva. O rival Goytacaz teve a façanha de disputar duas divisões no mesmo ano, caindo da Seletiva para a Série B1, sem conquistar novamente o acesso. Também na segunda divisão, o Campos Atlético Associação terminou em 15º, perto do rebaixamento, mesmo tendo sido semifinalista do primeiro turno.

Comandado pelo técnico Josué Teixeira, o Americano avançou em segundo na Seletiva, com três vitórias, um empate e uma derrota, apenas um ponto atrás do líder Nova Iguaçu. A estreia na Taça Guanabara foi positiva, derrotando a Portuguesa por 1 a 0 no estádio de Moça Bonita. O triunfo, contudo, foi o único em todo o Estadual. Com quatro pontos, o Cano terminou em quarto no Grupo A, do qual foi lanterna na Taça Rio. Totalizando apenas seis pontos, acabou na vice-lanterna geral, só à frente da Portuguesa. Entre os resultados, um revés por 4 a 1 para o campeão Flamengo, no Maracanã.

O atacante Romário foi o artilheiro alvinegro, somando quatro gols em toda a competição.

Com direito a mudança de técnico — começou com Athirson, terminou com Flávio Lopes —, o Goytacaz só fez um ponto e foi o lanterna da Seletiva. Paulo Henrique assumiu o cargo de treinador na penúltima rodada do Grupo X, mas não conseguiu evitar o rebaixamento, outra vez em último, com quatro pontos. Marcado pelas boas passagens no Americano, João Carlos Ângelo foi contratado para comandar o time na Série B1, onde caiu na semifinal da Taça Santos Dumond frente ao Bonsucesso. Com atraso de salários, foi terceiro na Taça Corcovado e, mesmo sem avançar, garantiu vaga na semi geral, mas acabou eliminado pelo campeão Friburguense.

Tendo Gecildo Souza como treinador, o Roxinho começou bem a B1. No primeiro turno, só parou na semifinal contra o America, que conquistou a Taça Santos Dumont. Porém, com problemas financeiros e a saída de vários jogadores, focou na luta contra o rebaixamento. Na Taça Corcovado, somou mais sete pontos, fechando com 20 na classificação geral, quatro acima da zona de descenso.

O time adulto masculino de vôlei da Fundação Municipal de Esportes (FME) orgulhou a cidade de Campos no Campeonato Estadual., que voltou a ser disputado por um time da cidade depois de 10 anos. Apesar de não ter conquistado o título, teve campanha de destaque, perdendo a final para o badalado Sesc-RJ, que disputa a Superliga.

O Campos Vôlei/FME estreou derrotando por 3 sets a 0, na Gávea, o Flamengo, este representado por seu time juvenil. Na segunda partida da primeira fase, o Rubro-Negro carioca fez revanche jogando no campus Centro do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos. Porém, o revés por 3 sets a 2 foi suficiente para a equipe campista avançar na primeira colocação.

Não foi necessário fazer esforço para passar pela semifinal. Afinal, o Botafogo desistiu da competição e levou WO.

Transmitida ao vivo pelo SporTV no dia 05 de novembro, a decisão do Estadual teve triunfo do Sesc-RJ por 3 sets a 0, com parciais de 25/10, 25/16 e 25/23, no ginásio do Tijuca Tênis Clube.