Cremerj criará gabinete de crise em Campos
Daniela Abreu 26/08/2019 23:46 - Atualizado em 30/08/2019 13:32
Rodrigo Silveira
Representantes municipais do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremej) se reuniram, na noite de desta segunda-feira (26), por cerca de três horas, no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), com representantes estaduais do órgão, que vieram da capital para ouvir as queixas da categoria, que está em greve no município há 19 dias, quanto as instalações das unidades de saúde de Campos. A partir do encontro, foi gerado um relatório, que deverá ser entregue ao Ministério de Saúde e ao secretário municipal de Saúde, e será instaurado um gabinete de crise para supervisionar a situação. Um primeiro relatório, feito a partir das fiscalizações nas unidades, foi protocolado junto ao Ministério Público, na promotoria de Tutela Coletiva e da Infância e Juventude. O documento é sigiloso, conforme foi divulgado no blog Coxinha de Mortadela, de Edmundo Siqueira e hospedado no Folha 1. Ainda nesta segunda-feira (26), o Sindicato dos Odontologistas do Norte do Estado do Rio de Janeiro (Sonerj) realizou uma assembleia com a classe, que chegou a ser suspensa, mas a reunião foi fechada para a imprensa.
Segundo a coordenadora da Comissão de Saúde Pública do Cremerj, Margareth Portella, a partir da notificação, o primeiro prazo é de 10 dias para as adequações, podendo ou não ser estendido, e após o período há uma nova fiscalização, que pode feita sem aviso prévio. De acordo com o presidente estadual do Cremerj, Romualdo Gama, toda a participação do órgão pode culminar em uma intervenção ética junto à Saúde do município e ao secretário da pasta.
Margareth explicou que durante a reunião foram recebidas novas denúncias dos médicos que devem gerar novas ações do Cremerj. “Essas não conformidades são bastante graves e devem disparar outras ações por parte do Cremerj e esperamos que o prefeito e o secretário de Saúde levem em conta esse relatório para providenciar as melhorias que prejudicam o atendimento e a atenção à população, o trabalho do médico e dos outros profissionais de saúde e não garantem a segurança do atendimento”, disse ela ao acrescentar que os conselheiros ficam na cidade até esta terça-feira (27) e instituirão um gabinete de crise, para dar suporte à delegacia regional do Cremerj.
Sobre uma possível ação direta quanto ao secretário Abdu Neme, o responsável do órgão pelas Delegacias Regionais, Romualdo Gama não foi conclusivo. “Como o Cremerj é um órgão técnico, se o prefeito é médico, eu tenho autoridade, no momento que ele exerce a função de médico. Então, o secretário de Saúde, sendo médico, a gente tem autoridade, na qualidade de médico. Existe uma sequência. O Cremerj tem um departamento de fiscalização, que vem, fiscaliza e vê o que está em conformidade. Há todo um passo a passo e isso está em andamento”, pontuou.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Campos, José Roberto Crespo, diz esperar um desfecho. “O que muda é que o que vínhamos denunciando é verdade absoluta. O sistema de saúde de Campos está em um momento péssimo em termos de estrutura. O que a gente quer é que se consiga melhorar isso o mais rápido possível”, disse. 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS