Comandante do 8º BPM defende rede de atuação com apoio da comunidade para reduzir criminalidade
Arnaldo Neto 20/08/2019 07:52 - Atualizado em 26/08/2019 13:18
Comandante do 8º BPM no Folha no Ar
Comandante do 8º BPM no Folha no Ar / Isaías Fernandes
Ampliar a rede de atuação da Polícia Militar, contando com apoio da população com informações, para diminuir os números da criminalidade em toda a região do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) está entre as metas do novo comandante, tenente-coronel Luiz Henrique Monteiro Barbosa, entrevistado desta terça-feira (20) da primeira edição do programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3. Ele também defende a união de esforços para superar o crime, com destaque para as centrais de câmeras de monitoramento dos municípios e a aquisição de uma cabine blindada, por parte da Prefeitura de Campos, para ser instalada em Guarus, área com maior incidência de crimes na cobertura do batalhão. Os casos de violência contra a mulher, inclusive feminicídios, também têm chamado a atenção do comandante, que destaca ações para coibir esse tipo de delito.
— Há uma evolução na legislação da Maria da Penha. Está cada vez mais forte. Na sexta (16), concluímos, no batalhão, o curso da Patrulha Maria da Penha. Um grupamento recebeu uma viatura especial, que vai acompanhar medidas protetivas. Temos casos em que a pessoa tem que se manter afastada e não tem essa referência. A Polícia Militar vai se manter presente e acompanhar caso a caso. Espero que, em curto espaço de tempo, possamos atingir resultados satisfatórios — afirmou o comandante.
Nesse domingo (18), o lutador e professor de muay thai Francinei Farinazo foi preso em flagrante por um policial militar como suspeito de agredir a namorada, a médica Cíntia Maciel. A violência contra a mulher será tema do Folha no Ar desta quarta-feira (21), com a participação da jornalista Júlia Oliveira, da rede de apoio do coletivo “Nós por nós”, e Alice Tinoco Werneck Simões, psicóloga da rede apoio.
Na PM há 25 anos, Henrique observa que o 8º BPM tem um diferencial dos demais por onde ele passou. “O policial militar do 8º Batalhão é diferenciado, tem o pertencimento. Ele gosta de cuidar da cidade, porque ele percebe que a família dele utiliza o serviço. Então, eles produzem resultados satisfatórios. É o batalhão que mais apreendeu arma, que mais prendeu”, destacou o comandante, dando ênfase ainda ao trabalho de parceria e inteligência com outras forças de segurança pública.
As peculiaridades da região de Guarus, área com maior incidência de crimes na cidade, também foram analisadas por Henrique. Ele salientou que diferentes facções criminosas atuam praticamente em uma rua que fica em frente à outra, aumentando a possibilidade de conflitos, colocando a população em risco. As estatísticas mostram que em 2019 o número de homicídios é menor em todo o município, sobretudo no subdistrito, o que alimenta uma esperança de ver a cidade fora da lista de mais violentas do mundo. Para o comandante, não há necessidade da criação de um novo batalhão em Guarus e ele defende maior assistência do poder público para que o tráfico não ocupe esse espaço vazio. “Violência não se combate só com policial”, salientou.
Drogas e armas — O comandante também se posicionou com relação a pautas polêmicas no âmbito estadual e nacional. Ele elogiou as mudanças do governo Wilson Witzel (PSC), com a criação das secretarias da Polícia Militar e Polícia Civil, extinguindo a Segurança Pública. Sobre o discurso do governador de penalizar usuários de drogas, Henrique fez um paralelo com a Lei Seca. “As pessoas que fazem ingestão de bebidas alcoólicas foram tratadas como doente, depois passou a ser crime. Encontraram um meio termo, que dói no bolso”, disse.
Sobre o debate de flexibilização da posse e porte de armas, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) desde a campanha, Henrique diz que é favorável. “Sou a favor também do rigor da legislação. A tendência é dar ao cidadão de bem a oportunidade de defender a sua propriedade, a sua vida, porque a gente tem percebido que o criminoso tem levado muita vantagem”.
Confira a entrevista:

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