Campos comemora o primeiro Dia Municipal do Quilombola
10/06/2019 18:40 - Atualizado em 13/06/2019 13:29
Pela primeira vez em Campos, o Dia Municipal do Quilombola vai ser comemorado. A data foi instituída através da Lei nº 8840, de 05 de junho de 2018, que manda também incluir a data no calendário de eventos do município. Para celebrar, a Câmara de Vereadores traz a exposição “Histórias e Identidade”, no hall da Casa, à partir das 09h e fala de representantes quilombolas, no plenário, às 17h.
Em Campos, o processo de auto reconhecimento dos povos quilombolas, originou as Cartas de Auto Reconhecimento dessas comunidades, que são seis em áreas rurais: Aleluia, Batatal, Cambucá, Conceição do Imbé, Lagoa Feia e Sossego e uma em área urbana, o Quilombo de Custodópolis. Fazendo o município do estado do Rio de Janeiro com maior número de quilombos e o segundo a aprovar a criação de um dia específico para comemorar esses povos tradicionais.
Para Lucimara Muniz, presidente do Instituto de Desenvolvimento da Cultura Afro no Norte e Noroeste Fluminense (Idannf) e representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (Conaq) na região a data é um marco.
— O Dia do Quilombola representa um reconhecimento da história. O município dando visibilidade a este povo de luta e garra. É uma data que reconhecimento de uma história de sofrimento, que muitas vezes não é contada nos livros — disse, lembrando que Campos é berço da história negra no país. “Essa lei vem reforçar que somos um município que devemos preservar, reconhecer a nossa história”, disse.
Para Rosemara de Souza, representante do Quilombo de Conceição do Imbé, a data serve para mostrar a cultura de um povo que é referência para a maioria da população que não reconhece a própria história. “Esse dia é um marco para todos nós, porque é uma lei municipal que nos dá o direito de comemorar nossa própria existência. Apesar de quase 70% da população de Campos ser formada por pessoas negras e descendentes de escravos, ainda tem gente que não se reconhece, como resultado de uma sociedade que oprime e que tenta a todo o tempo nos invisibilizar. É um marco, momento de renovar nossas forças e nos mostrar para a população para que ela possa se reconhecer na nossa cultura, tradições culinárias, nas nossas manifestações. Temos uma história muito linda, muito rica que a gente precisa preservar” finalizou.

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