Policiais de Macaé investigados por extorsão
15/04/2019 22:27 - Atualizado em 18/04/2019 18:59
Um caso que envolve a comercialização ilegal de medicamentos e policiais militares de Macaé suspeitos de sequestro e extorsão é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), em Campos. A informação, passada à Folha da Manhã, ainda não foi confirmada pela secretaria de Estado de Polícia Militar, mas, segundo fontes, as investigações estão avançadas. O crime aconteceu na noite de 26 de março. Depois de ter negociado medicamentos em Campos, um homem foi abordado, no carro com a mercadoria, em Macaé. Ele foi levado para um local, onde foi mantido em cativeiro. Para liberar o homem e a mercadoria, os PMs teriam exigido uma propina de R$ 30 mil.
A abordagem ao carro da vítima teria sido feita por dois policiais fardados. Entretanto, dois outros homens teriam participado e a informação é que seriam policiais da Segunda Seção (P2) do 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), porque estavam descaracterizados. Há probabilidade do envolvimento de alguém de Campos, que teria dado a “dica” do medicamento sendo levado para o outro município sem nota fiscal. O homem que transportava a mercadoria foi mantido em cativeiro por quase cinco horas, até que o dono da farmácia que ia comercializar os medicamentos efetuou o pagamento da propina.
O valor extorquido pelos policiais militares não foi o exigido inicialmente. O proprietário da farmácia teria pago R$ 12 mil no total. A fonte da Folha contou que o crime foi informado à DPJM na mesma noite que ocorreu e afirmou que as investigações estão adiantadas. “Os policiais acharam que, como o cara que negociou os medicamentos em Campos e o dono da drogaria estavam errados, que não ia haver denúncia. E algum policial envolvido deve ser de Campos e deu a dica para poderem dar o bote”.
A Folha buscou informações junto à Delegacia de Polícia Judiciária Militar, em Campos, inclusive para confirmar se o caso está sendo investigado como extorsão mediante sequestro ou outros crimes afins, mas não obteve sucesso. A DPJM limitou-se a informar que somente a secretaria estadual da PM, por meio da assessoria de comunicação, poderia se posicionar sobre o caso. A reportagem busca resposta junto à secretaria desde o dia 2 de abril. Na ocasião, a resposta foi: “Até o momento, não temos registro da suposta ação”. Na última terça-feira, com novos dados e afirmando que o caso está sendo investigado pela DPJM, o jornal fez mais um contato por e-mail, assim como mais um pedido de nota foi enviado no dia 12 de abril. Até o fechamento desta matéria, não houve resposta.

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