Policia Ataca Quadrilha de Celular, Incluindo Itaperuna
11/12/2018 09:51 - Atualizado em 11/12/2018 09:55
Reportagem de Verônica Nascimento
-Da Redação da Folha da Manhã-
Pelo menos 150 policiais civis, militares e rodoviários federais, em mais de 30 viaturas, atuam desde as 6h desta terça-feira (11), para o cumprimento de 25 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão contra integrantes de uma quadrilha de roubo de celular que atua no município de Campos. A operação tem o apoio, ainda, do Ministério Público e da Guarda Civil Municipal.
De acordo com a polícia, a maioria dos mandados da Operação Quebrando a Banca é cumprida em Guarus, mas a ação também é realizada em Itaperuna e São Francisco de Itabapoana. Somente no Jardim Carioca, até o momento, dois homens foram presos. Na área central, a ação acontece no Shopping Popular Michel Haddad, onde são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão. Dois permissionários foram detidos em suas casas. A operação no local é acompanhada pelo presidente da associação de permissionários, Sandro da Silva.
Sandro informou que foi solicitado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil para acompanhar a ação desta manhã. “Foram meses e investigação e já chegaram com o mapa do Shopping Popular, com as bancas que seriam vistoriadas marcadas. Eles pediram que eu acompanhasse, para conferir que a atuação deles estava dentro lei, e realmente eles fizeram tudo conforme disseram que fariam”, explicou o presidente da associação."
O alvo da operação são integrantes de uma quadrilha que rouba, desbloqueia e negocia celulares. "Operação Quebrando a Banca porque quebra a cadeia da atuação desde o furto ou roubo até a negociação", ressaltou o delegado adjunto da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Pedro Emílio Braga.
É uma operação de repressão a roubos se celulares, em que a gente busca atacar toda a cadeia, desde o momento em que o roubo acontece na rua, passando pelas pessoas que são responsáveis por desbloquear esses celulares, fazer a alteração de IMEIs (Identificação Internacional de Equipamento Móvel) e recolocar esses telefones no mercado, através da atuação do terceiro grupo, que é responsável pela comercialização. Foram pelo menos seis meses de investigação para conseguirmos delinear esse tecido organizacional e identificar essas diferentes células, que atuam de forma coordenada para fazer girar esse "mercado", que acaba ocasionando o aumento da criminalidade de rua — ressaltou o delegado.
Delegado titular da 134ª DP, Geraldo Rangel explicou que a Operação Quebrando a Banca é considerada complexa:
Trata-se de uma organização criminosa composta por vários grupos: o primeiro é o que rouba e furta aparelhos de telefone celular; o segundo é aquele que rouba o produto do crime; o terceiro é aquele que desbloqueia, que adultera, para fazer com que o aparelho sirva, que possa ser utilizado. Eles atuam conjuntamente. A investigação está desaguando na operação de hoje para ver se a gente consegue fazer com que esse comércio ilícito de telefone celular diminua. É uma grande rede, com pelo menos 70 pessoas integrantes de núcleos diferentes, desde os que assaltam, passando pelos que desbloqueiam os celulares — geralmente pessoas dos dois outros municípios onde a operação acontece —, até os que comercializam. Os núcleos são distintos, mas estão ligados e compõem uma grande organização criminosa.
 
 
O promotor de Justiça Fabiano Rangel relatou que o trabalho do Ministério Público, em conjunto com a Polícia Civil, teve como foco identificar pessoas envolvidas com roubos. Para isto, foram analisados os modos de operação (modus operandi) utilizados pela quadrilha.
Geralmente, há motos com duas pessoas e, outras vezes, com uma só. Elas se aproximam das vítimas e retiram os seus celulares. Posteriormente, esses celulares são desbloqueados e revendidos. Então, a gente conseguiu, nessa investigação, apurar toda a cadeia da organização criminosa; toda a coluna vertebral entre o assaltante em si e o revendedor, passando pela atividade de desbloqueio — pessoas envolvidas de outras cidades também, que atuavam principalmente no desbloqueio — e aqui, pelo Mercado Municipal, onde eles agiam revendendo o produto da atividade criminosa. Nossa investigação tenta atacar toda essa organização.
O comandante da Polícia Militar, tenente-coronel Fabiano Santos, acompanha os desdobramentos das investigações que resultaram na Quebrando a Banca. Ele acredita que, com a operação e muitos dos receptadores presos, haverá diminuição da incidência de roubo de celulares. Para o policial, a ação ocorre em momento propício.No final de ano, nós sabemos que as ruas ficam mais cheias e que esse tipo de crime ocorre com mais frequência. É profícua a operação, e nós buscamos, também, a participação da população a partir do Disque Denúncia, que é o 2723-177. O anonimato é garantido. A operação continua ao longo do dia, e estamos aqui para receber denúncias.

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    Nino Bellieny

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