Crítica de cinema - É um megalodonte
- Atualizado em 17/08/2018 19:01
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(Megatubarão) - “O Megatubarão” é um projeto que já rola pelos corredores de Hollywood há algum tempo. Já esteve nas mãos de diretores renomados, conseguiu financiamento na China, (prática cada vez mais comum no cinema globalizado), portanto é até natural que a ação aconteça em águas internacionais, com um elenco de nacionalidade variada, mas termine justamente em território chinês. Basicamente é um filme B, com grande orçamento e uma estrela de filme de ação.
Após a descoberta de uma fossa mais profunda no Oceano Pacífico, um grupo de cientistas fica preso ao serem atacados por uma criatura pré-histórica que se acreditava extinta. Para o resgate é chamado o experiente resgatista em águas profundas Jonas Taylor (Jason Statham). Após o bem sucedido resgate, eles descobrem que a terrível criatura chegou à superfície e agora eles precisam lidar com ela antes que várias mortes aconteçam.
Mateusinho viu
Mateusinho viu / Divulgação
Principalmente em seu primeiro ato, o filme tem uma pegada mais séria, apresenta as questões científicas e financeiras que levam os pesquisadores para dentro daquela fossa submarina, e independente de fazer algum sentido, a explicação funciona. Após a descoberta da fuga do megalodonte, a seriedade é deixada de lado e o filme abraça o lado de entretenimento, decisão que faz total sentido, pois dentro de sua proposta não há mais espaço para muita lógica.
O roteiro, escrito por três roteiristas experientes em produções desse gênero, é o mais genérico possível. Traz um protagonista desacreditado e amargurado por um trauma que envolve toda a situação. Dá a alguns membros do grupo de pesquisadores um fiapo de história estabelecida por diálogos expositivos e características físicas e ou de personalidade que dê ao menos para diferenciar um do outro, pois depois que eles caem na água, isso não faz a menor diferença. Não é que um projeto como esse tenha a pretensão de ter um texto brilhante, mas poderia ao menos ter diálogos menos vergonhosos.
Dirigido pelo experiente Jon Turteltaub (A lenda do tesouro perdido), o filme aposta bastante na ideia da ameaça à espreita, assim como Spielberg fez no clássico “Tubarão”, mas ao contrário do longa de 75, em que Spielberg inteligentemente usou esse artifício devido ao baixo orçamento, Turteltaub trabalha com alto orçamento e as aparições da criatura ao menos não decepcionam. Ele também usa de forma inteligente o 3D para ampliar a sensação de profundidade do mar, porém é pouco criativo nas cenas de perseguição e até mesmo nas mortes, elemento geralmente curioso desse tipo de produção.
O elenco fica de destaque mesmo Statham mais uma vez interpretando o mesmo personagem, o herói ranzinza que reclama de tudo, mas está sempre pronto para enfrentar um tubarão de 30 metros e a chinesa Binbing Li (Transformers: A era da extinção) que faz seu par romântico e sua parceira nos momentos de enfrentar a criatura. A relação dos dois funciona, cria uma interação legal e permite ao espectador ao menos se importar com os dois e com a filha da personagem de Li.
Puro escapismo, ao menos “Megatubarão” não busca ser mais do que é. Desde seu inacreditável título original (The Meg) ficam claras as pretensões do longa e dentre todos os problemas, ele ao menos entrega o que promete, algumas risadas e sustos para ocupar duas horas do seu dia.

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