Paróquia mantém tradição musical
15/06/2018 18:03 - Atualizado em 20/06/2018 18:43
Cidade de nome exótico, Varre-Sai, no noroeste fluminense, guarda o legado histórico, cultural e religioso da imigração italiana. Tudo remete à chegada das primeiras famílias. A Paróquia Pessoal Nossa Senhora das Graças da Administração Apostólica vem resgatando e preservando esse legado que representa a memória da cidade. A música religiosa e litúrgica conquistou um espaço na igreja reunindo jovens e pessoas de todas as idades.
Messias Correa - Divulgação
Com uma forte tradição musical, o Coral São João Bosco, formado a partir de 2002, com a criação do grupo jovem e a iniciativa da formação do grupo de cantores que assumiram cantar nas missas. E, para homenagear em 2003 o Padre Murucci, o grupo já formado por homens e mulheres, recebeu a missão de fazer uma homenagem musical ao aniversariante. Naquele dia, o sonho do Pe. Rafael Lugão começava a tornar realidade. Hoje a missão foi assumida por Antônio Ferreira, que mantém a tradição como regente do Coral São João Bosco que participa de todos os eventos e celebrações da Paróquia.
— A criação do coral foi uma revolução, pois os jovens sempre assistiam as missas lá no fundo, ou até mesmo ficavam conversando fora da igreja. Além de trazer os jovens para dentro da igreja, as pessoas começaram a elogiar e se alegrar com a novidade — explicou o regente.
— Tenho a alegria — continuou — de ser um dos fundadores do Coral e desde o início, em 2002, assumi sua regência. Não tenho formação profissional em música. Fiz alguns cursos particulares de solfejo, depois entrei no Conservatório Santa Cecília, em Itaperuna, para um curso de harmonia. Minha condição de regente se dá pela força de vontade e amor à música clássica, sacra e litúrgica. A música é uma grande terapia e, quando relacionada à espiritualidade, ela se torna totalmente gratificante.
A música une gerações que falam de suas experiências. Carlos da Silva Rosa viu nascer o coral e até hoje sente a alegria de cantar ao lado de Elisa Menezes, de 12 anos. Residindo na zona rural, não mede esforços para não perder os ensaios e cantar. Alegria, fé e espiritualidade ajudam a dar às missas e cerimônias um tom mais solene.
— Tenho um ano de participação no Coral e é uma grande alegria participar desse projeto cultural e espiritual. Moro distante, na zona rural, mas não meço esforços para vir à cidade participar dos ensaios. Depois de um dia inteiro no trabalho duro da roça, ouvir os hinos aqui no coral me faz um bem enorme. Saio daqui com as energias renovadas. É muito gratificante e o resultado são as graças alcançadas por esta nobre ação — disse Carlos da Silva Rosa.
Messias Correa - Divulgação
Com 12 anos, a jovem Elisa Menezes sempre sonhou em cantar no coral. Um sonho que realizou e fala da magia da música. Ressalta as dificuldades, mas procura superar e para ela cantar para Deus é superar o medo e a timidez. Cada apresentação é uma lição de vida, fé e espiritualidade expressa no canto.
— Eu, desde novinha, sempre quis entrar no Coral, mas nunca tive coragem, até que meu pai entrou e aí eu entrei junto com ele. Isso já faz 2 anos e sempre parece que é minha primeira vez. Quando canto parece algo mágico: eu me sinto mais perto de Deus, pois sei que estou cantando para Deus. Confesso que nem sempre é fácil, mas o esforço vale a pena, pois a cada canto, é algo novo que aprendo. Só tenho que agradecer a Deus por me dar essa oportunidade e ao Antônio por sempre estar me incentivando — afirmou Elisa. (A.N.)

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