Empresários cobram mais agilidade nas obras da BR 101
11/01/2018 16:44 - Atualizado em 12/01/2018 13:31
Pelo quinto ano consecutivo, o Conselho Empresarial Firjan/CIRJ no Norte Fluminense se reuniu com a concessionária que administra a BR 101, nesta quarta-feira (10), para acompanhar o projeto de duplicação da rodovia, além do desenvolvimento de obras que envolvem grandes gargalos como o contorno de Campos e o viaduto de Manilha, em Itaboraí. Além de cobrar avanços no trecho que liga Macaé a Rio das Ostras e o acesso ao Porto do Açu. Também participaram do encontro representantes da ANTT, entidades ligadas ao transporte de cidades da região, representantes da indústria e comércio, e o prefeito de Casimiro de Abreu, Paulo Dames.
Durante o encontro, que desta vez aconteceu no auditório do Senai Macaé, o presidente da Representação Regional Firjan/CIRJ no Norte Fluminense, Fernando Aguiar, reconheceu que a obra avançou, porém se demonstrou decepcionado com o fato de o contorno de Campos continuar na estaca zero desde a última reunião. “Acertamos no início do ano passado que o contorno seria na altura do Km 51 e não mais no Km 45. Essa pequena modificação no final travou tudo. Nada foi autorizado, nada foi licenciado, e isso correspondia a menos de 20% do trecho, só o final. Isso é frustrante”, enfatizou o presidente.
Diretor-superintendente da concessionária, Odílio Ferreira, explicou que as modificações foram feitas no projeto, que foi novamente enviado para análise da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT): “mas está faltando um estudo de viabilidade que ainda não foi apresentado”.
Para o traçado Macaé x Rio das Ostras, Ferreira afirma que a estimativa é iniciar, ainda neste primeiro semestre, obras no trecho inicial, do Km 144 ao Km 177. A conclusão do trecho deve demorar cerca de três anos devido a dificuldades na região conhecida como “Brejo da Severina”.
Além do Contorno de Campos, outro gargalo problemático da rodovia fica em Manilha, distrito de Itaboraí. A concessionária também prometeu resolver este problema. A ideia é fazer o contorno de Itaboraí e melhorias nos viadutos, o que reduziria drasticamente o problema de congestionamento.
Subsecretário de estado de Transportes, Delmo Pinho criticou as exigências impostas por Ibama e ICMBio para o trecho que perpassa a Reserva Biológica União, na altura de Casimiro de Abreu. Ele destacou, especialmente, a solução proposta pelas instituições de construção de cinco viadutos vegetados. Equipamento que, segundo o subsecretário, ainda não foi testado no Brasil, pois o único existente no país em área rodoviária é na Rodovia dos Tamoios em São Paulo, mas que ainda não está pronto. “Como é que você vai construir uma coisa que não sabe se dá certo e que as indicações científicas, inclusive, apontam não ser possível”, questionou. Para Delmo, o certo seria esperar a obra ser concluída em São Paulo e ter uma universidade fazendo um acompanhamento técnico. “Mas não é o que está acontecendo. O país não pode jogar dinheiro fora, não pode se arriscar em aventuras”, enfatizou o subsecretário.
O presidente da regional da Firjan, Fernando Aguiar, ressaltou que as melhorias não trariam benefícios apenas para poucas cidades, mas teriam impacto considerável, melhorando o fluxo de veículos de carga que vem da região Norte e Nordeste do país. “O problema tem uma perspectiva local, que é o cidadão campista tendo que conviver com constantes congestionamentos. Mas também deve ser visto por um prisma muito maior, pois BR-101 Norte vai vir duplicada do Espirito Santo e não faria sentido ela encontrar uma parte da via em pista simples, complicando a logística de cargas de inúmeras partes do Brasil”, concluiu.
José Magela, presidente da Prumo Logística, empresa que desenvolve e opera o Porto do Açu, concorda com Aguiar: “Para um projeto tão gigantesco como é o do Porto do Açu, nós necessitamos de amplo acesso rodoviário e ferroviário. A duplicação integral da BR 101 é positiva não só para o empreendimento, mas para os municípios do Norte Fluminense de forma geral, que vão se beneficiar com o desenvolvimento do Complexo Portuário”.

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