Ponto Final: Santo Amaro atrai fiéis e políticos
- Atualizado em 17/01/2024 13:35
Ponto Final
Ponto Final / Reprodução
Padroeiro dos políticos
Padroeiro da Baixada Campista, Santo Amaro tem entre os seus devotos os políticos não só de Campos, que na última segunda-feira (15), mais uma vez, foram em romaria até o distrito. Diferentemente do ano passado, havia uma tensão entre os grupos dos Garotinhos e Bacellar com o impasse da Lei Orçamentária Anual (LOA), e nem todos os vereadores estiveram por lá na tradicional missa das 11h, presidida pelo bispo diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz. Com a presença do prefeito Wladimir Garotinho (PP) e outros governistas, e sem a presença de membros do clã Bacellar, o bispo fez uma celebração voltada à paz e pediu responsabilidade de todos aqueles que desejam ocupar cargos públicos. Entre os parlamentares de oposição, só Maicon Cruz (sem partido) e Bruno Vianna (PSD) estiveram presentes.

Romaria
Por outro lado, havia pelo menos dez vereadores da base e muitos secretários, além de outros possíveis concorrentes à Câmara para o pleito de outubro. Entre os prefeitáveis a Campos, além de Wladimir, estavam o deputado estadual Thiago Rangel (futuro PRTB) e o empresário Clodomir Siqueira Crespo (DC). Outros políticos que marcaram presença foram o secretário estadual de Habitação e deputado estadual licenciado Bruno Dauaire (União); o ex-vereador e ex--prefeito Nelson Nahim; o prefeito em exercício de Quissamã, Marcelo Batista; o pré-candidato a prefeito de São Francisco de Itabapoana, vereador Renato Roxinho; e o ex-prefeito de Cardoso Moreira Renato Jacinto.

Ditadura da minoria
Antes da missa, Wladimir comentou sobre o impasse da LOA e classificou que a situação foi provocada por uma ditadura da minoria. “O meu pedido a Santo Amaro é que dê muita saúde para todos nós. Com saúde, a gente corre atrás de todos os desafios e todos os problemas que precisam ser enfrentados. E também uma possível reeleição em 2024. O que a gente não pode permitir na cidade é a ditadura da minoria. É uma minoria querendo ditar como vão ser as coisas da cidade, descumprindo o regimento interno da Câmara. Então, a ditadura da minoria quer impor à cidade o que deve ou não ser feito” (...) “O presidente, a quem cabe a pauta, junto com seus vereadores, quer impedir a votação da LOA, o que vai prejudicar a cidade como um todo”, disse o prefeito.
Da oposição
Tanto Maicon Cruz, quanto Bruno Vianna também não se omitiram em falar sobre o impasse. “Não me cabe pautar a LOA, cabe ao presidente, mas estamos aí em uma bancada dando apoio, porque a gente entende que tem coisa errada. A minha participação, neste momento, além das divergências que apresento, é aguardar”, afirmou Maicon. “Diálogo, sim, mas não uma imposição, não um terrorismo instaurado. Isso é algo que me incomoda muito. Sou a favor de que a LOA esteja em pauta o mais rápido possível, mas não dessa forma. Mas sim, como ouvimos muito aqui hoje, num momento oportuno que é a festa de Santo Amaro, através do diálogo e da união dos poderes que são harmônicos, mas independentes”.

Crítica
Pré-candidato a prefeito, Clodomir Crespo também acompanhou a missa de Santo Amaro e antes falou sobre o impasse da LOA, culpando os dois grupos políticos. “Isso já era para ter sido contornado há muito tempo. Não é na passagem de ano que se discute uma lei orçamentária do ano seguinte. Então, eu não consigo entender, não há uma explicação técnica ou política. A única explicação que eu vejo nisso: falta de responsabilidade, falta de compromisso com o povo, falta sensibilidade, até de humanidade. Quantas pessoas vão ser prejudicadas por essa guerrilha”.

“Em branco”
Já o deputado Thiago Rangel disse que existem várias controvérsias no que o Executivo mandou para a Câmara. “Nós temos que, de uma certa forma, chegar a um entendimento, não dando um cheque em branco para o Executivo fazer o que ele quiser, porque é um ano eleitoral, mas chegar em consenso de que esse recurso que a Prefeitura poderá remanejar, seja aplicado realmente de forma correta, e que beneficie a população”, opinou, inclusive mantendo o seu nome para uma possível disputa em 2024. “Em relação às candidaturas, eu ainda me mantenho como pré-candidato a prefeito da cidade, estamos resolvendo sobre questões partidárias”.

“LOA é sagrada”
Bruno Dauaire defende que a LOA é sagrada. “Eu costumo ver a oposição votar contra as proposições trazidas nas previsões da lei orçamentária, mas nunca vi deixarem de votar a LOA. É preciso pautar a LOA. E a oposição, aqueles que discordam das discussões ali locadas, que votem ao contrário. A LOA é um projeto que tem sua rigidez regimental e legal e precisa ser respeitada. A gente torce para que esse impasse termine logo, porque quem acaba sofrendo é a população”. Do mesmo partido que o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), Dauaire disse que o impasse não interferiu na relação dos dois. “O que acontece em Campos gera uma repercussão estadual, mas a gente tem separado bem esses momentos”.

Pela paz
Com celebração pela paz, Dom Roberto direcionou as suas palavras, em alguns momentos, para as pessoas que ocupam cargos públicos e outros fiéis. “É o convite que nos faz Santo Amaro (...) a paz com Deus, a paz com os irmãos, a paz com a criação, é isso que queremos”, disse o bispo na abertura do sermão, reforçando em outro momento. “A Festa de Santo Amaro começa com uma caminhada e termina com a cavalhada, mas termina, e é importante que se diga, na aliança, na paz “, destacou o bispo, relembrando a histórica disputa entre mouros e cristãos, que é encenada tradicionalmente no distrito. “É para os cidadãos que nós trabalhamos, para o bem comum que nós trabalhamos, que possamos escutar as necessidades de todos”, encerrou.

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