Moradora de SFI morre com suspeita de dengue hemorrágica
Éder Souza 11/02/2024 14:12 - Atualizado em 11/02/2024 18:25
Tereza Maurício dos Santos, de 61 anos
Tereza Maurício dos Santos, de 61 anos / Foto: redes sociais

Uma moradora de São Francisco de Itabapoana morreu com suspeita de dengue hemorrágica no último dia 8, quinta-feira da semana passada. Tereza Maurício dos Santos, de 61 anos, faleceu quando estava internada no Hospital Beneficência Portuguesa, em Campos. A informação foi confirmada pelo secretário de Saúde de SFI, Sebastião Campista, que conversou neste domingo (11) com a reportagem da Folha.
Inicialmente, ela deu entrada no Hospital Manoel Carola, em SFI, no dia 31 de janeiro. Ela precisou ser transferida para a unidade da cidade vizinha no dia 1º de fevereiro. Ainda não há informações sobre os sintomas que a Tereza apresentou.
“A Secretaria Municipal de Saúde, ainda, não pode confirmar dengue hemorrágica como causa mortis da paciente em questão, pois está aguardando as informações provenientes do Hospital da Beneficência”, disse o secretário.
Ainda segundo Sebastião, a Secretaria de Saúde de SFI identificou uma escalada no número de notificações de casos de dengue e “está trabalhando no monitoramento dos casos e adotando diversas medidas para ampliar a estrutura de atendimento a população”, informou.

Casos de dengue no Estado
De acordo com Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), em 2024 foram registrados 31.133 casos prováveis de dengue. Até o momento, foram três mortes confirmadas pela doença. Análise do Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ) mostra que se mantém a tendência de aumento na transmissão, com circulação acima do limite máximo esperado para o momento. Em todo o ano de 2023, foram contabilizados 51.479 registros prováveis da doença, com 32 mortes.

Dengue hemorrágica
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a doença se manifesta de forma leve ou assintomática na maioria dos casos, mas uma em cada 20 pessoas pode desenvolver a forma grave, também chamada de dengue hemorrágica, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. De acordo com o Instituto Butantan, o risco é maior quando o indivíduo sofre uma segunda infecção, o que pode ocorrer devido à existência de quatro subtipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
Os sintomas clássicos são febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, dor ao redor dos olhos e dores musculares e nas articulações. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o paciente pode entrar na chamada fase crítica da doença depois de três a sete dias do início dos sintomas, quando a febre começa a baixar.
Nesse momento, sinais da dengue grave podem se manifestar:
dor abdominal intensa
vômito persistente, às vezes com sangue
sangramento nas gengivas ou nariz
dificuldade respiratória
confusão mental
fadiga
aumento do fígado
queda da pressão arterial
sangue nas fezes

A reportagem da Folha entrou em contato com SES-RJ para saber se o Estado já foi notificado da morte da dona Tereza. Através de nota, a SES não respondeu se foi notificado ou não, mas disse que dos três casos de óbitos por dengue no Estado, o de SFI ainda não consta na estatística. "A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) informa que segundo dados do último boletim panorama da dengue, há três mortes no estado do Rio de Janeiro caudadas pela dengue, uma no município do Rio de Janeiro, uma em Mangaratiba e uma em Itatiaia", informou. 
A Folha também entrou em contato com o Hospital Beneficência Portuguesa de Campos para obter mais informações sobre os sintomas apresentados pela Tereza, mas também aguarda retorno.
A Secretaria de Saúde de Campos foi procurada também sobre a morte, já que o óbito foi registrado em um hospital contratualizado do município. Em nota, o órgão informou que, até o presente momento, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Campos (CIEVS/Campos), não recebeu notificação do Hospital Beneficência Portuguesa, quanto ao óbito citado.

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