Deputado estadual Thiago Rangel é alvo de operação da PF
Na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Federal deflagrou, com participação da Receita Federal e do Ministério Público Estadual (MPRJ), a Operação Postos de Midas, com o objetivo de apurar a prática dos crimes de organização criminosa, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de capitais e outros. Um dos alvos da operação é o deputado estadual de Campos, Thiago Rangel. Documentos apreendidos durante a operação já chegaram à sede da Polícia Federal de Campos.
Na ação, mais de 60 policiais federais, servidores da Receita Federal e membros do Ministério Público cumprem 14 mandados de busca e apreensão, em endereços residenciais, comerciais e em quatro prédios públicos, localizados no município de Campos, na Região dos Lagos, na Região Metropolitana e na capital do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Até o momento, segundo a PF, foram apreendidos R$ 160 mil em espécie, um veículo de luxo blindado avaliado em cerca de R$ 350 mil, celulares, computadores e mídias de armazenamento. Também foram apreendidos diversos documentos físicos.
Segundo o MPRJ, os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos municípios de Campos, Cabo Frio, Itaguaí e Rio de Janeiro. As diligências também ocorrem na Diretoria de Aquisições da Câmara de Vereadores de Campos, na Prefeitura de Campos, na Empresa Municipal de Habitação (EMHAB) e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). As medidas foram autorizadas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
A Prefeitura de Campos dos Goytacazes informou, através de nota, que não é alvo de investigação, e que apenas "acompanha e colabora com a Polícia Federal na apuração das denúncias contra o deputado estadual".
"Mandados de busca e apreensão foram cumpridos não somente na sede da Prefeitura, mas em diversos endereços no estado do Rio de Janeiro. A Prefeitura reafirma o compromisso com a transparência e a responsabilidade na gestão pública, se colocando à disposição das autoridades", finaliza a nota.
A Câmara Municipal de Campos confirmou, através de nota, que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca de apreensão nas dependências do prédio público. "O material apreendido está relacionado ao período de 2021 e 2022", finaliza.
O inquérito policial, presidido pela Delegacia Regional de Polícia Judiciária e pela Delegacia de Polícia Federal em Campos, foi iniciado a partir do compartilhamento de provas oriundo da prisão em flagrante de um dos membros da organização criminosa investigada, considerado braço direito da pessoa apontada como Chefe da ORCRIM, o qual fora autuado em flagrante no dia 30 de setembro de 2022, pela prática de corrupção eleitoral.
As investigações, segundo a Polícia Federal, revelaram um esquema criminoso de contratações diretas, por meio de dispensa fraudulenta de licitação, de empresas ligadas ao parlamentar estadual investigado ou “emprestadas” a ele, resultando em sobrepreço e no desvio de recursos públicos, posteriormente branqueados por meio de uma extensa rede de Postos de Combustíveis. Apura-se também a prática do direcionamento de licitações para o mesmo grupo econômico.
O nome da Operação, “Postos de Midas” é uma analogia ao Rei Midas da Frigia, que, segundo a mitologia, adquiriu o poder de transformar em ouro tudo que tocava. O nome faz referência ao crescimento exponencial do patrimônio do investigado, que, quando concorreu ao cargo de vereador pelo Município de Campos, declarou um patrimônio de R$ 224.000 composto por dois veículos, participação no valor de R$ 60 mil em um posto de gasolina e um jet esqui. Já em 2022, quando concorreu ao cargo de deputado estadual, declarou um patrimônio de R$ 1.972.000. E, atualmente, conta com uma vasta rede de postos de combustíveis, composta de 18 postos, além de 12 empresas identificadas na investigação.
Com informações da Polícia Federal e do MPRJ