Janeiro Branco reforça o cuidado com a saúde mental e emocional
Ingrid Silva 20/01/2024 09:26 - Atualizado em 20/01/2024 09:26
Divulgação
“Assim como a gente precisa cuidar da nossa saúde física, a saúde mental também necessita de cuidado”, diz a psicóloga Yasmim Nunes, lembrando da importância de olhar para nós mesmos. A campanha de Janeiro Branco visa conscientizar a população sobre a saúde mental e emocional, buscando alertar para as formas de cuidado para que seja possível a prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico e também transtornos como de humor, bipolar e esquizofrenia.

Com diversas palestras, rodas de conversa, atendimento psicológico individual e em grupo, atividades alusivas, distribuição de material informativo e divulgação da ampla rede de atendimento e acolhimento para as pessoas em sofrimento psíquico, Campos segue com as programações da campanha, que já aconteceram no Hospital Geral de Guarus (HGG), no Restaurante do Povo e em Farol de São Tomé. Participam das diversas atividades psicólogos, assistentes sociais, voluntários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, profissionais e assistidos pela Rede de Atenção Psicossocial (Raps), entre outros.

“Além de disseminar a informação sobre a saúde mental, a campanha ajuda a acabar com estigmas e tabus que a gente sabe que ainda existe em torno da saúde mental. E a forma que temos para tornar o assunto da saúde mental cada vez mais presente e constante na nossa sociedade é por meio da conscientização e informação, para além também de só o mês de Janeiro (...) Hoje a gente tem aí o benefício das redes sociais para nos ajudar a compartilhar cada vez mais posts, reels, que falem sobre a saúde mental, mas também claro, cartazes, principalmente em postos de saúde, em locais onde a população costuma frequentar bastante, em locais de saúde, e assim cada vez mais essa campanha vai crescendo a nível nacional”, explica a psicóloga Bárbara Aragão.

Já a psicóloga Yasmim Nunes falou também sobre a importância da campanha, lembrando também das pessoas que entendem que precisam de ajuda, mas na correria do dia a dia, acabam não procurando. “Então, é de extrema importância, exatamente por isso, para trazer luz sobre um tema que muitas vezes não é falado, que muitas vezes não é colocado para a população em geral. As pessoas entendem que elas precisam se cuidar sim, mas na correria ali do dia a dia, elas não estão levando em consideração, e aí quando tem um mês específico de conscientização, faz com que a atenção das pessoas possa ser voltada para essa consciência”, disse.

O Janeiro Branco foi instituído em 2014, sendo a escolha do mês por ser o momento em que as pessoas estão mais focadas em resoluções e metas para o ano que está iniciando. É possível perceber a demora para uma campanha voltada para o assunto devido aos diversos tabus, como já citados anteriormente, assim como a falta de informação também sobre o trabalho que ajuda a tantas pessoas.

Bárbara falou sobre a necessidade de procurar ajuda quando é preciso, assim como se procuram outros profissionais quando há algum problema, explicando ainda sobre a questão de dar uma chance para o novo, mesmo que ainda não tenha essa experiência no mundo emocional. “Então, a gente sabe que pode ser desconfortável os primeiros atendimentos com psicólogo, principalmente quando nunca se passou por esse tipo de atendimento. Mas o importante é abrir a mente, saber que o psicólogo está ali para te ajudar, para te acolher (...) Porque a gente sabe que é muito novo na nossa sociedade esse debate da saúde mental. Isso causa um certo estranhamento de primeiro momento, porque se é novo, eu não conheço, não sei como funciona, mas a gente só sabe como funciona, só perde medo quando a gente tenta, quando a gente dá uma chance”, ressalta a psicóloga, recém-formada pela UFF Campos e tem como foco a psicoterapia do luto.

Para Yasmim, além dos prejuízos que a instabilidade na saúde mental traz no dia a dia, atrapalhando a rotina da pessoa, outro fator que pode ser observado para saber quando precisa buscar ajuda são os sintomas físicos causados pelo estresse e ansiedade. “Outro fator é quando me traz sintomas físicos, sintomas na pele, queda de cabelo, a gente percebe o estresse que faz com que a ansiedade de alguma forma se manifeste e alguns sintomas que são clássicos de alguns transtornos, como alucinações, pessoas que se privam muito das relações, querem ficar mais sozinhas (...), essas situações são bons espelhos para que a pessoa procure ajuda”, explica. Porém, ela aponta que não é preciso chegar nesse ponto para saber que precisa de ajuda, buscando se observar e ver o que mudou, os desconfortos que existem dentro da pessoa.

Em Campos, as ações da campanha continuam acontecendo. Nessa sexta-feira (19), foram realizadas abordagens aos munícipes e panfletagem sobre os serviços disponibilizados pela Rede de Atenção Psicossocial (Raps). A ação foi feita pela Secretaria Municipal de Saúde, cujo movimento completa 10 anos, com o tema “Janeiro Branco: estimulando o cuidado de si na prevenção à ansiedade e depressão”. De acordo com a Prefeitura, na próxima segunda-feira (22), o movimento continua no Jardim São Benedito, com abordagem e rodas de conversas com profissionais do programa que atuam nas áreas médica, assistencial e de enfermagem.
Campanha Janeiro Branco em Campos
Campanha Janeiro Branco em Campos / Divulgação


O Programa de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde, oferece uma ampla rede de atendimento e acolhimento para as pessoas em sofrimento psíquico no município, com serviços e equipamentos variados. Além de quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), a rede conta com cinco Residências Terapêuticas (RTs) e perícia médica; Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil (UAI); Serviço de Matriciamento; Serviço de Desinstitucionalização; Pronto Socorro Psiquiátrico (PSP) e o Ambulatório Ampliado de Saúde Mental. (I.S.)

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