O aumento do número de pessoas em situação de rua em Campos vem preocupando os lojistas e donos de estabelecimentos comerciais da região central.  O síndico do Edifício Ninho das Águias, Gerson Gomes, conta que condôminos estão rescindindo contratos de aluguéis por não se sentirem seguros. Segundo ele, um grupo em situação de rua transformou calçadas públicas e prédios, na área central, em moradias fixas com colchões, cobertores, roupas e até cachorros de estimação. Um desses lugares é a calçada do Ninho das Águias. A problemática urbana será tema da 1° reunião do Conselho Municipal de Segurança, na quarta-feira (10), a partir das 9h, na sede do 8° Batalhão da Polícia Militar. A ida para abrigos no município fica a critério do usuário aceitar o acolhimento.

- Os condôminos estão buscando rescindir os contratos de aluguéis. Eles não se sentem seguros para chegar para trabalhar, sem contar que muitos pacientes se sentem ameaçados, pois estes os moradores de rua abordam para pedir alguma coisa - relata Gerson Gomes.

O comandante do 8° BPM, tenente-coronel Ricardo Alexandre da Cruz Aguiar, defende a união de vários segmentos da sociedade civil para juntos buscarem uma solução para esse aumento das pessoas em situação de rua. Segundo ele, na sua área de abrangência, Campos é a que mais tem pessoas em situação de rua.

O presidente do Sindivarejo e vice-presidente da Associação Comercial da Indústria e Comércio (Acic), Maurício Cabral, diz que esta situação acaba refletindo negativamente no comércio da área central do município. "Acreditamos que seja uma questão social. Concorda que a união da sociedade civil em busca de alternativas seja o melhor caminho. Precisamos garantir o direito de ir e vir de toda a população e não apenas de um determinado grupo, que além de "abordarem" boa parte dos empresários, colaboradores e consumidores, deixam um aspecto de abandono nas ruas e calçadas das principais ruas do centro histórico do município. O direito coletivo sobrepõe o direito individual", concluiu.

A Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados de Campos (OAB) também está acompanhando a situação.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social informou que realiza, diariamente, abordagens sociais para população de rua. Durante as ações, os usuários são convidados a irem para os acolhimentos do município, totalizando quatro locais. Desta forma, fica a critério do usuário aceitar o acolhimento. "A equipe multidisciplinar do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) oferta atendimentos sociais e realiza encaminhamentos para rede sociassistencial, além de auxiliar na reinserção social e familiar", completa nota.