Fachada do antigo Hotel Flávio ainda em risco de desabar
Joseli Matias 05/08/2023 10:44 - Atualizado em 05/08/2023 11:02
 
  • Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

    Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

  • Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

    Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

  • Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

    Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

  • Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

    Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

  • Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

    Hotel Flávio ainda em risco (Foto: Genilson Pessanha)

Após oito meses do incêndio que destruiu o prédio do antigo Hotel Flávio, no Centro de Campos, completados no dia 19 de julho, nenhuma providência foi tomada para restaurar o edifício histórico, ou mesmo para evitar que o que sobrou da construção desabe. No local, a única medida colocada em prática foi a interdição do trecho da rua Carlos Lacerda para evitar acidente, devido ao risco de desabamento. O bloqueio, entretanto, não impede a passagem de pedestres, ciclistas e motociclistas pelo local, nem o acesso de pessoas aos escombros.
No início de junho, o Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam) anunciou medidas jurídicas, diante do esgotamento dos prazos dados aos herdeiros do antigo Hotel Flávio, sem que medidas tenham sido tomadas. Novamente questionada sobre a situação do prédio histórico, após quase 60 dias sem que nada mudasse, a Prefeitura não se pronunciou. Representantes da família não foram localizados.
A última reunião anunciada para tratativas sobre o processo de escoramento do imóvel, entre o Coppam e os três herdeiros, ocorreu no dia 4 de abril, quando os netos de Zilda Carneiro da Silva tomaram conhecimento da urgência de providências para que a fachada do prédio seja preservada e foram acertadas algumas ações, que 
deveriam ser providenciadas dentro de uma semana. Entretanto, até o momento, não foi divulgado projeto que sinalize a recuperação do imóvel e nem o escoramento para estabilização da fachada foi realizado.
O presidente da associação dos Comerciantes e Amigos da Rua João Pessoa e Adjacências (Carjopa), Expedito Coleto, afirma que os prazos informados à instituição já foram superados e cobra providências. “Se não bastassem os problemas já existentes, desde o dia 19 novembro 2022 estamos com várias ruas interditadas ou improvisadas por conta do incêndio no prédio em ruínas. E a interdição do trecho não protege ninguém, observamos diariamente pedestres e motociclistas transitando pelo local. Será que estão aguardando acontecer algum acidente fatal? Estamos à deriva, mas ainda temos esperança que o Centro será respeitado”, destacou Coleto, que fez críticas ao abandono do centro comercial tradicional.
Outras interdições — Um estacionamento que fica
situado ao lado do prédio do Hotel Flávio também foi interditado após o incêndio, em função da queda de adobes. Segundo a Defesa Civil, devido ao intenso calor do incêndio, houve dilatação do paredão de cerca de 15 metros de altura, com o desprendimento dos tijolos para fora da parede lateral, no lado esquerdo do prédio, que caíram no estacionamento. O prédio de apartamentos com parede geminada ao Hotel Flávio também foi desocupado.
Última reforma
O Hotel Flávio estava desativado e foi tombado pelo Coppam em 12 de setembro de 2013. Trata-se de um prédio do século XIX, que foi construído para residência da nobreza campista. O prédio histórico pertenceu a familiares do Visconde de Araruama e também abrigou a família do Barão de Itaóca, último presidente da Câmara Municipal do Império, no século XIX.
Após abrigar famílias nobres, no século XX, o antigo 
Hotel Flávio, que funcionava na praça do Santíssimo Salvador, foi transferido para o imóvel. Sem manutenção, parte da estrutura em madeira e da alvenaria começou a apresentar desgastes pela ação do tempo.
A última reforma ocorreu no final dos anos 1990. Em 2013, a Defesa Civil encaminhou ao Ministério Público Estadual um laudo informando as condições do prédio. Na ocasião, o Coppam também denunciou junto ao MPE a má conservação desse imóvel.
Em junho de 2018, parte do quarto andar do prédio desabou. Na ocasião, o Coppam se reuniu e definiu medidas emergenciais junto à Defesa Civil, como o isolamento da área, de um estacionamento e cartório vizinhos ao imóvel. Em 2019, o prédio chegou a ser colocado à venda.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS