Obras de revitalização do canal Campos-Macaé em fase de licitação
Catarine Barreto - Atualizado em 26/07/2023 09:13
  • Obras no canal Campos- Macaé

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O Governo do Estado do Rio anunciou no último dia 06 deste mês, em publicação no Diário Oficial, uma verba de R$ 111 milhões para as obras de canalização e urbanização do canal Campos-Macaé, na avenida José Alves de Azevedo (Beira Valão). Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a obra está em fase de licitação. Nessa terça (25), a equipe de reportagem encontrou funcionários de uma empresa de topografia trabalhando em um dos trechos da avenida. O Estado também destinou verba para reforma da RJ 238, a Estrada dos Ceramistas.
Segundo o responsável pelo trabalho, que preferiu não se identificar, o que está sendo feito no local, desde o dia 17 de julho, é um levantamento topográfico da margem do canal do lado direito. O início desse estudo foi dado no cruzamento da avenida 28 de Março com a avenida José Alves de Azevedo e seguirá até o Parque Aurora. A previsão é de que esse levantamento topográfico termine nesta semana. O serviço é feito pela empresa teceirizada New Topografia.
— Estamos fazendo a cota do solo, fundo do canal e topo de árvores, por exemplo. Também contamos com ajuda de drones para melhor cobertura do trecho passado — disse.
Por meio de nota, o Inea informou que o serviço de elaboração de projeto executivo e execução de obras de canalização e urbanização do canal está em fase de licitação. A iniciativa tem por objetivo mitigar os impactos causados pelo transbordamento desse corpo hídrico.
O Inea informou, ainda, que o projeto e a obra serão custeados com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam) e prevê a canalização, a urbanização, o paisagismo e a construção de uma pista auxiliar ao longo de um trecho de três quilômetros de extensão da avenida José Alves de Azevedo. O valor total da obra é de R$ 111. 358.156,15.
De acordo com a Prefeitura de Campos, as intervenções serão realizadas no trecho marginal da Beira Valão, que terá a pista duplicada entre as avenidas Nilo Peçanha e Arthur Bernardes.
O secretário de Obras e Infraestrutura, Fábio Ribeiro, ressaltou que o projeto será realizado em duas etapas distintas. A primeira etapa será a limpeza do leito e a retificação do talude (rampa das margens) do canal que, devido à falta de obras de manutenção há vários anos, está com rachaduras e desmoronamentos em muitos pontos. “Após as obras no Canal, entre a avenida Nilo Peçanha, nas imediações do Mc Donalds, e a avenida Arthur Bernardes, nas imediações da Chatuba, faremos as obras de reurbanização da avenida José Alves de Azevedo, no mesmo trecho, para que a via tenha a largura adequada para a duplicação diante ao grande fluxo de veículos”, detalhou.
Histórico - O canal Campos-Macaé foi inaugurado em 1861. Com 109 km de extensão, é o segundo canal artificial mais longo do mundo, perdendo apenas para o Canal de Suez, no Egito. Considerado uma das maiores obras de engenharia do século XIX, conecta os rios Paraíba do Sul ao rio Macaé.
Com o objetivo de facilitar o escoamento da produção açucareira, o canal começou a operar apenas em 1872, mas deixou de ser usado depois da construção da Estrada de Ferro Campos-Macaé. Ele passa, além da Campos, pelas cidades de Quissamã, Carapebus e Macaé e foi tombado pelo Inepac em 2002. (C.B.)
Soffiati destaca valor histórico da estrutura
Para o historiador ambiental Arthur Soffiati, o canal Campos-Macé tem valor histórico e é fundamental para a drenagem urbana. “Ele é o centro do núcleo de Campos, embora grande parte dos moradores deseje vê-lo coberto. O grande problema que afeta o canal é a drenagem na altura da ponte Leonel Brizola. Ali, existia a grande lagoa do Osório que teve seu fundo asfaltado. Quando chove, é certo seu alagamento. É vital que o canal se mantenha aberto e livre”, disse.
Soffiati explicou que o projeto merecia maior discussão. “Para agravar, existe o projeto de um condomínio entre o canal e a Artur Bernardes. Essa área devia ser destinada a uma área verde municipal, tão necessária à cidade e uma forma de impedir a superurbanização de Campos”, pontou.
Já o diretor regional do Inepac no Norte Fluminense, Geovani Laurindo, informou que o projeto está em análise: “Estamos avaliando pontos pertinentes e acredito que nessa semana vamos entregar o projeto com as nossas ponderações”. 
Estrada dos ceramistas também passa por obras
O Governo do Estado também destinou R$ 55 milhões para obras na RJ 238, conhecida como Estrada dos Ceramistas. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), as obras serão de recuperação asfáltica, terraplanagem, drenagem e sinalização.
O DER informou também que as obras começaram nessa segunda-feira (24) e tem previsão de conclusão para março do próximo ano. Os serviços serão executados em toda a extensão da RJ 238, totalizando 12,6km.
Interdição — Em maio de 2022, parte da RJ 238 foi fechada para reforma na ponte sobre o canal de Tocos. A liberação do trecho ocorreu quase cinco meses depois. A rodovia também ficou interditada em dezembro de 2022, por conta de alagamento na pista, em consequência das chuvas no período.
A estrada é o principal acesso para caminhões que saem do Porto do Açu, em São João da Barra, em direção à BR 101 e também para os caminhões que transportam tijolos das cerâmicas na Baixada Campista. (C.B.)

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