Novo aplicativo para monitorar o transporte público está em desenvolvimento
Catarine Barreto - Atualizado em 31/05/2023 11:04
  • Aplicativo Mobi Campos

    Aplicativo Mobi Campos

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    Aplicativo Mobi Campos

  • Passageiros falam sobre aplicativo Mobi Campos

    Passageiros falam sobre aplicativo Mobi Campos

O novo aplicativo anunciado em 2021 pela Prefeitura de Campos, que servirá para monitoramento do transporte público, está em fase de desenvolvimento e será liberado junto com os terminais de integração, que estão sendo implantados. Apesar do projeto estar em andamento, a Prefeitura não informou um prazo para essa liberação. O novo sistema será semelhante ao Mobi Campos, que foi desativado há dois anos, mas, segundo a Prefeitura o novo aplicativo será reformulado.
“O sistema terá dados abertos e não vai monopolizar as informações, permitindo que a população use o serviço por qualquer aplicativo que escolha, dessa maneira a população não ficará dependente de uma única empresa”, informou nota enviada pela Prefeitura de Campos.
Enquanto o novo sistema não é colocado em prática, usuários de ônibus lembram do Mobi Campos, que foi implantado no município através de uma parceria da gestão Rafael Diniz com a Universidade Cândido Mendes (Ucam).

Segundo a manicure Erlany Melo, de 29 anos, o aplicativo ajudava na economia de tempo. “Nós sabíamos onde os ônibus estavam e assim, dava para ir ao ponto na hora certa. Isso ajudava muito no controle de tempo porque você podia se programar”, disse.
O estudante Pablo Padrão, de 16 anos, baixou o aplicativo na época para usar nos horários da ida e volta da escola. “O aplicativo era bom porque era leve, não pesava o celular e às vezes ficávamos na escola e só íamos para o ponto quando o ônibus estava perto. Hoje nós ficamos um tempo grande esperando no ponto e ainda correndo risco de assalto, fora que muitas vezes perdemos o horário de entrada no colégio”, contou

O Mobi Campos monitorava, por GPS, os veículos que faziam parte do sistema de transporte municipal em seus trajetos e permitia ao passageiro estimar o horário de chegada do coletivo ao ponto de interesse, evitando a espera desnecessária.

— Acho que esse aplicativo foi um acerto do antigo governo e poderia ter sido seguido por Wladimir. As pessoas podiam monitorar os coletivos e regular o horário, principalmente à noite, e ninguém ficava perdendo tempo nos pontos, expostos aos assaltos — disse a atendente de farmácia e moradora de Travessão, Bianca Araújo, de 30 anos.

O coordenador do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Universidade Candido Mendes (Ucam), no qual o Mobi Campos foi criado, Ítalo Matias, contou que levou quatro anos criando e desenvolvendo o aplicativo.

— O aplicativo foi muito importante porque contava com uma tecnologia de primeira. Não sabemos porque a Prefeitura não renovou a parceria, até mesmo porque o aplicativo ajudava muito e não pesava no celular. Tivemos à época, mais de 100 mil downloads, o que mostra o sucesso — disse.

O Mobi Campos foi suspenso em abril de 2021 e segundo Ítalo, o IMTT chegou a procurá-los, mas depois não deu mais retorno. “ Depois disso, eu busquei o instituto para discutir a manutenção do programa, mas eles não demonstraram interesse em manter a parceria", ressaltou Ítalo.

O aplicativo ainda aparece nas plataformas. " Acredito que ainda esteja nas plataformas, sim. O Mobi Campos foi um sucesso no meio acadêmico, enquanto estava em funcionamento. Possivelmente foi utilizado como modelo em estudos de TCCs e também para resultados em dissertações", destacou o coordenador e desenvolvedor do aplicativo.

No desenvolvimento do aplicativo, em 2017, o grupo de pesquisa contou com a parceria da Auto Viação São João, que cedeu os dados de monitoramento da sua frota. O projeto, então, foi apresentado à Prefeitura de Campos, que aderiu à ideia e firmou um Termo de Cooperação Técnica com a Ucam. A partir da parceria, o programa se estendeu às demais empresas de ônibus. Em 2019, os dados de todos os ônibus do sistema de transporte regular de Campos já estavam integrados ao Mobi Campos.

Sobre o aplicativo anterior, o IMTT informou que tinha inconsistências com as necessidades da população, “como garantias de proteção de dados insuficientes, além de não permitir o compartilhamento das informações”.

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